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19/10/2022 às 18h23min - Atualizada em 19/10/2022 às 18h23min

Em carta a evangélicos, Lula cita trechos bíblicos e diz ter "admiração pela fé"

ELEIÇÕES - 2022

Anita Efraim
https://br.noticias.yahoo.com/
Lula divulgou carta aos evangélicos, lida pelo ex-ministro Gilberto Carvalho (Foto: REUTERS/Mariana Greif)

Na manhã desta quarta-feira (19), o ex-presidente Lula (PT) se reuniu com cerca de 200 líderes evangélicos. No encontro, o petista divulgou uma carta aos fiéis, com o objetivo de tentar reverter a rejeição entre este eleitorado. Leia o documento na íntegra.

A carta foi lida não pelo petista, mas pelo ex-ministro Gilberto Carvalho.

Na carta, Lula reforçou o histórico de incentivo à liberdade religiosa dos governos dele.

"Destaco a Reforma do Código Civil assegurando a Liberdade Religiosa no Brasil, o Decreto que criou o dia dedicado à Marcha para Jesus e ainda o Dia Nacional dos Evangélicos. Mantenho o mesmo respeito e o mesmo compromisso que me motivou a apoiar essas conquistas do povo evangélico."

Citando Deus e trechos bíblicos, o petista falou sobre o cuidado com os mais pobres. Lula também dedicou partes da carta e rebater a fake news de que fecharia igrejas.

"Todos sabem que nunca houve qualquer risco ao funcionamento das Igrejas enquanto fui Presidente. Pelo contrário! Com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso Governo que as Igrejas mais cresceram, principalmente as Evangélicas, sem qualquer impedimento e até tiveram condições de enviar missionários para outros países", diz o texto.

Lula também falou sobre o cuidado com as famílias brasileiras. "O respeito à família sempre foi um valor central na minha vida, que se reflete no profundo amor que dedico à minha esposa, aos meus filhos e netos. Por isso compreendo o lugar central que a família ocupa na fé cristã", afirmou. Por outro lado, reforçou que apoiar a família é dar comida e habitação.

"De nada adianta se dizer defensor da Família e ao mesmo tempo destruí-las pela miséria, pelo desemprego, pelo corte das políticas sociais e de moradia popular. Queremos dar às famílias, prosperidade e segurança. O Lar é a garantia de proteção. É inaceitável que milhões de brasileiros e brasileiras não tenham um teto."

Outro tema citado por Lula foi o aborto. Segundo o petista, ele é pessoalmente contra a medida, mas afirmou que a definição não cabe ao presidente, senão que ao poder Legislativo.

Ao fim da leitura por Gilberto Carvalho, um menino foi até Lula e orou pelo candidato e pediu a Jesus que o Brasil tenha um presidente melhor queo atual. A criança pediu mais escola, mais hospitais e menos mentiras.

Depois, Lula também falou no evento. O petista declarou que, desde a criação do partido, o PT sempre teve de se explicar. "Jesus também se explicou a vida inteira", declarou. Ao falar sobre família, Lula se emocionou. O petista ainda condenou pastores que divulgam informações falsas.

Antes do candidato, o vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB) também discursou. No discurso, Alckmin citou Martin Luther King. "Ele falava de paz, de inclusão, não de ódio", declarou.

Além de Lula, falaram no evento pastores e lideranças religiosas, além de Marina Silva (Rede-SP), que é evangélica, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e Fernando Haddad, candidato ao governo de São Paulo. Marina, eleita deputada federal, citou a importância do estado laico, atribuição que defender como legado da reforma protestante.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) também discursou e classificou o dia como "histórico". A parlamentar criticou as notícias falsas e celebrou a carta de Lula para reforçar o compromisso com os evangélicos.

Vice na chapa de Fernando Haddad (PT) ao governo do estado de São Paulo, Lúcia França (PSB) discursou e relatou a história do irmão, quem declarou ter sido salvo pela igreja evangélica.


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