A demolidora operação desta terça (19) colocada nas ruas pela Polícia Federal para prender militares golpistas que planejaram matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de sua posse, que levou para a cadeia o general Mário Fernandes, foi antecipada, em sua raiz, pela Fórum, há quase dois anos.
Em 15 de dezembro de 2022, a Fórum reportava em tempo real, por meio de uma fonte da PF lotada no Palácio do Planalto, uma reunião com forte teor golpista realizada no Anexo II da sede da Presidência da República, àquela altura ainda ocupada por Jair Bolsonaro (PL). O mais arisco dos participantes era o general Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, pasta chefiada naquele momento pelo também general Luiz Eduardo Ramos. “O Brasil vai atravessas momentos de incerteza no presente e no futuro”, disparou Fernandes.
Pois bem. Agora, descobre-se que naquela data, 15 de dezembro de 2022, estava planejado para ser levado a cabo o assassinato do presidente Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O acusado de ser o cérebro da operação terrorista mortal? O general Mário Fernandes, que discursava inflamado no Planalto aquela manhã, e preso pela PF hoje.
A fonte da Polícia Federal lotada no Palácio do Planalto que repassou as informações à Fórum direto da reunião golpista, na ocasião, detalhou cada fala dos participantes do encontro golpista, assim como enviou fotos e áudios do evento realizado no Anexo II. Nossa reportagem encaminhou pedido de explicações sobre a reunião à Secretaria-Geral da Presidência da República, mas jamais recebeu uma resposta.
As ações e iniciativas golpistas hoje totalmente expostas e investigadas pelo STF, inclusive com militares de alta patente presos por bolarem uma trama de assassinato contra um chefe de Estado, podem ser novidade para quem não acompanhou de perto cada passo dessa novela criminosa, mas para os leitores da Fórum, desde a primeira reportagem sobre o tema, de uma série de 15, publicada em 13 de dezembro de 2022, um dia após a noite de terror desencadeada após a diplomação de Lula, não há novidade alguma.
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Por Henrique Rodrigues
