MENU

De Olho Alagoas Publicidade 1200x90
14/06/2022 às 23h39min - Atualizada em 14/06/2022 às 23h39min

Boletim do golpe (IX) – Bolsonaro está com os nervos em frangalho

Cúmplice, a farda marcha calada

Ricardo Noblat
https://www.metropoles.com/
Alan Santos/PR

Um presidente da República que se reúne com o presidente dos Estados Unidos e não se envergonha de pedir ajuda para se reeleger.

Um presidente que aproveita a viagem ao exterior para confraternizar e andar de moto na companhia de um foragido da Justiça brasileira.

Um presidente que, segundo ele mesmo, não tem provas, mas afirma que sua eleição há 4 anos foi fraudada, do contrário ele teria sido eleito no primeiro turno.

Um presidente que sem provas acusa o presidente da Justiça Eleitoral do seu país de dever favores ao seu principal adversário.

Um presidente que depois de chamar de “canalha” um ministro da mais alta Corte diz que fez um acordo com ele e é desmentido.

 

Um presidente que culpa dois homens desaparecidos na Amazônia por viajarem a uma região perigosa sabendo de antemão os riscos que correriam.

Os nervos de Bolsonaro estão sendo testados diariamente, seu nível de tensão só aumenta, então ele só faz e diz estupidez.

Fosse o redator desta nota o general Augusto Heleno, ministro das Relações Institucionais, ele diria que Bolsonaro só faz merda.

O comitê do Congresso americano que investiga a tentativa de golpe de Donald Trump concluiu que ele ouvia duas equipes de assessores enquanto rolava a contagem de votos em 2020.

A “equipe normal” aconselhou-o a aceitar a derrota para Joe Biden tão logo ela se desenhou. A “equipe dos loucos”, a denunciar que a eleição fora escandalosamente roubada.

Trump deu ouvidos aos loucos, incentivou seus seguidores a se rebelarem, e eles invadiram o prédio do Congresso.

Aqui, o Supremo Tribunal Federal já montou um plano de segurança para se defender de uma eventual invasão de bolsonaristas.

O Congresso não teme uma invasão. Ali, são bolsonaristas até os que declaram que não são. Invasão, pois, é uma hipótese remota.

Como Trump, Bolsonaro tem duas equipes de assessores: a do bem ou relativamente do bem, e a do mal.

A primeira quer vê-lo reeleito pelo voto e repele o golpe. Afinal, como ficariam os mandatos dos demais eleitos em outubro?

Se Bolsonaro não reconhecer os resultados das eleições, dirá que houve fraude. Se houve para derrotá-lo, houve para eleger quem se elegeu.

A segunda equipe, que também poderia ser chamada de “os loucos”, quer ver Bolsonaro eleito pelo voto ou ditador pela vontade dele e dos que o apoiam.

Sob a garantia de que suas identidades serão preservadas, generais dizem que não haverá golpe e que o eleito, seja qual for, tomará posse.

Renovam o compromisso das Forças Armadas com a democracia, de resto reafirmada por seus antecessores que em 1964 instalaram uma ditadura que durou 21 anos.

Por que nenhum dos generais legalistas vem a público e diz isso com todas as letras? Por que só veem os que dão pinta de que estão com Bolsonaro para o que der e vier?

É o caso do ministro da Defesa, do que o antecedeu no cargo, do general Luiz Eduardo Ramos, que aos pés de Bolsonaro já se ajoelhou literalmente, e do general Heleno.

Bolsonaro avança na escalada louca de ameaçar com a farda os que não se rendem às suas ordens. Por covardia, oportunismo ou cumplicidade, a farda marcha calada.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
De Olho Alagoas Publicidade 1200x90