“A inflação foi no mundo todo. Aumentou o preço do feijão, da carne… O Brasil passou a exportar mais. […] Quando tinha 7 ou 8 anos, por aí, tinha uma pequena área de 5 metros quadrados. Eu plantava de tudo ali. Nabo, cheiro verde, tudo. […] Eu sei que a maioria das pessoas não tem espaço, mas tem muita gente que tem. Vamos colaborar”, afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Na live, Bolsonaro exaltou a agricultura familiar e disse ser necessário “investir na produção”. Segundo o presidente, uma possível indexação de preços poderia causar desabastecimento no Brasil.
“Alguns falam: ‘Segura as exportações, para baixar o preço aqui’. Quer que eu faça igual à Argentina fez? Ficou 30 dias sem exportar carne de boi. Bem, não baixou o preço no mercado interno e teve desabastecimento. É o livre mercado”.
Assista (a partir de 31min30s):
Reprodutor de vídeo de: YouTube (Política de Privacidade, Termos
Apesar de reconhecer a fome no país, Bolsonaro afirmou que os brasileiros, na média, “passaram a comer mais” na pandemia.
Segundo o chefe do Executivo, “todo mundo engordou um pouco” desde o início da crise sanitária. O presidente atrelou o pagamento do auxílio emergencial a suposto aumento no consumo das famílias.
“É uma realidade, vão querer debochar de mim”, disse, em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Em tom de brincadeira, perguntou à intérprete de libras que o acompanhou na live quantos quilos teria engordado durante a pandemia: “Uma arroba?”, disse, aos risos. A unidade de medida é utilizada para pesar os animais.
As declarações de Bolsonaro vem num momento em que o país passa por leve repique de inflação. No acumulado de 12 meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo) acelerou e já alcança 9,68%.
Em agosto a taxa foi de 0,87%, a maior para o mês desde 2000.