Durante o dia, cercavam os parlamentares, sem excessos, e os abordavam. O deputados, é ano eleitoral, tiravam fotos com os profissionais egressos de seus estados.
A celebração dos enfermeiros, técnicos de enfermagem e parteiros era intensa com o resultado que se desenhava
Mas, aos 45 do segundo tempo, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ao anunciar a posição do governo a favor do aumento, jogou o balde de água fria. Ao microfone, disse que o projeto só será sancionado por Bolsonaro se, antes, for aprovado alguns projetos no Congresso, entre os quais a alegação da jogatina. Rolaram vaias para o líder governista.
Eis uma associação que não combina: jogos de azar e a nobre atividade desses profissionais da saúde, essenciais nos últimos dois anos de combate ao Covid-19.
É cruel o governo associar uma coisa e outra, condicionar o aumento para a turma da saúde a legalização de carteado, roleta, jogo do bicho, bingo e corrida de cavalo.
É intenso o lobby desse setor, que fez pressão para a aprovação na Câmara. O tema andava meio adormecido, mas despertado agora com esse pretexto. Alguém imagina enfermeiros, de jaleco, com cartazes pelos corredores do Congresso defendendo a volta da jogatina?