O Grande Prêmio de Miami será o Super Bowl da Fórmula 1, disse o piloto Lewis Hamilton em uma rara entrevista com Tom Brady antes da corrida de domingo (8).
“Eu nunca entendi como, indo para os jogos do Tom…indo ver a NBA e sabendo o quão incrível é a torcida aqui, o quanto as pessoas são apaixonadas por esporte nesse país, e não entendi como porque elas não estão se conectando com o nosso esporte”, disse Hamilton na quinta-feira (5).
O GP de Miami será a primeira de duas corridas que ocorrerão nos Estados Unidos no campeonato deste ano – o Grande Prêmio de Austin, no Texas, ocorrerá em outubro. E em 2023, Las Vegas se tornará a terceira localidade americana das corridas.
“Em dado momento, não tínhamos nenhum Grand Prix aqui, e então tínhamos só um. Agora estamos expandindo. Eu acho que esse será como o nosso Super Bowl”, disse o atleta de 37 anos.
“Eu estou muito feliz de estar em Miami. Essa é a primeira vez da modalidade aqui e a ansiedade pelo evento está nas alturas”, acrescentou antes da corrida, que ocorrerá no Hard Rock Stadium.
“Todos estão muito animados, mas também há nervosismo porque muitas pessoas estarão aqui e é um circuito novo”.
Provavelmente dois dos melhores atletas de todos os tempos, Hamilton e Brady jogaram golfe juntos e discutiram o sucesso e o fracasso em um evento de caridade no Miami Beach Golf Club, com a marca de relógios de luxo IWC Schaffhausen.
“Sucesso é algo incrível. Quando você está em uma onda de sucesso, isso é uma coisa”, disse o heptacampeão da Fórmula 1, que teve um começo difícil na temporada de 2022, com o carro da Mercedes impondo desafios. Mas às vezes, você “tropeça” e “cai”, afirmou.
“Temos a responsabilidade de levantar uns aos outros, e passar por esses tempos difíceis é o que nos fortalece e nos aproxima, nós apertamos mais e cavamos mais fundo do que pensávamos…eles dizem que você tem que cavar fundo, mas você sempre pode ir mais longe. Você sempre pode ir um pouco mais adiante”, ele disse.
No evento, Hamilton também falou sobre como a Fórmula 1 o “salvou”.
“A juventude é tudo e algo pelo que sou apaixonado é colocar crianças em matérias de STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”, disse o piloto da Mercedes na arrecadação de fundos para crianças desprivilegiadas na quarta-feira (4).
“O esporte aproxima as pessoas e salvou a minha vida. Estou feliz que estamos fazendo algo pelo bem”, acrescentou em nota.
Brady também deu sua visão sobre o sucesso no esporte.
“Você tem que compreender o fato de é melhor jogar e perder, do que não jogar”, disse o heptacampeão do Super Bowl.
“Então, eu sinto que mesmo que não vença o tempo todo, a performance no jogo é a maior das alegrias. Obviamente, todos querem vencer. É uma competição muito acirrada. Quando estou perdendo, eu foco em…como eu volto para o jogo?”.
“Eu penso no Super Bowl de 2016, contra o Atlanta. Estávamos atrás por 25 pontos. Você não consegue 25 pontos em um touchdown, então precisa se afastar e chegar a uma distância de ataque. E isso vem com várias boas jogadas e confiança no que está fazendo”, disse.
Brady acrescentou: “Mas, você sabe, nem sempre vencemos. E isso é parte dos esportes. Mas eu amo e aprecio a oportunidade de dar a volta por cima – no meu último jogo contra os Rams, nos playoffs, estávamos atrás por muitos pontos e demos um jeito de empatar”.
“Você nem sempre vai vencer todas, mas é divertido voltar quando consegue. E essas serão provavelmente aquelas que lembrará mais”, disse Brady.
O quarterback de 44 anos, que joga no Tampa Bay Buccaneers, notou que os desafios mudaram conforme ele envelhecia.
“Sua vida é muito diferente quando você tem 25 anos de quando você tem 35. Eu olho para os 35 e penso, cara, minha vida era tão simples…e agora tenho muito mais desafios únicos”.
“E eu ainda tenho que colocar meu tempo e energia onde precisa estar, você sabe, para que outros aspectos da minha vida estejam bem também. Então esse é o maior desafio conforme eu fico mais velho, tentar manter as minhas prioridades como prioridades”.
“Eu sinto que quando é temporada de futebol, é onde está o meu primeiro amor. E é incrível ter a habilidade de poder competir como antes. E eu o faço porque amo meus colegas de equipe. Essa é a realidade”.