O número de mortos em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, subiu para 152 e ainda há 165 pessoas desaparecidas, segundo a Polícia Civil do Estado. Até a noite de sábado (19.fev), as equipes de resgate retiraram 24 pessoas com vida dos destroços.
O prefeito Rubens Bomtempo (PSB) anunciou um mutirão neste domingo para limpar diversos pontos que ficaram danificados pelos deslizamentos e enchentes na cidade. A prefeitura também comunicou o aluguel de máquinas para que o trabalho de limpeza ocorra sem interrupção a partir da próxima semana.
Até o momento, 313 carros formam retirados dos rios e das ruas de Petrópolis. A prefeitura contratou 35 reboques e 4 guinchos para a operação. Os veículos foram catalogados, para possibilitar a identificação e a retirada do Detran (pátio do Morin) pelo dono.
O Ministério do Desenvolvimento Regional autorizou o repasse de R$ 2,33 milhões para ações de defesa civil na região. O governo afirmou que outros repasses estão previstos para os próximos dias. Já o governo do Rio de Janeiro destinou R$ 30 milhões para o município.
A Caixa Econômica Federal anunciou medidas de apoio aos moradores de Petrópolis, como a pausa dos pagamentos da casa própria e o saque calamidade do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os afetados pelas chuvas.
O governo dos Estados Unidos também anunciou uma doação de R$ 520 mil para ajudar as famílias afetadas. Segundo o encarregado de Negócios da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, Douglas Koneff, a parceria com o Brasil tem como característica o “desejo de apoiar um ao outro em momentos difíceis”.
Na 3ª feira (15.fev), choveu mais em 6 horas que o esperado para o mês inteiro em Petrópolis. No final da tarde, a correnteza arrastou carros e derrubou barreiras.
A prefeitura já sabia que diferentes pontos da cidade corriam risco de deslizamento, enchente e inundação. Segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos, elaborado em 2017, 18% do território de Petrópolis estava sob risco.
No total, são cerca de 27.000 casas em áreas de risco alto ou muito alto para deslizamentos, enchentes e inundações. Entre os principais problemas identificados estão a ocupação em regiões sem infraestrutura ou em locais como encostas e no caminho das águas.
A prefeitura afirmava, ainda em 2017, que 7.177 famílias precisavam ser reassentadas. O número corresponde a 25,9% das famílias que estavam em locais de risco.
A previsão para este domingo (20.fev.2022) é de céu nublado, com possibilidade de chuvas fracas e moderadas a qualquer momento.
Petrópolis cortou a verba com os gastos com Defesa Civil em 2021, como mostrou o Poder360. No ano passado, a prefeitura investiu R$ 94.452 em Defesa Civil. Em 2020, havia sido R$ 104.471. Foi 0,007% da receita de R$ 1,3 bilhão em 2021. Ainda menos que os 0,009% (R$ 1,2 bilhão) de 2020.
Ao nível nacional, os aportes do governo para a Defesa Civil também minguaram nos últimos anos.
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse ter uma “responsabilidade parcial” pelas consequências das chuvas.
“Foi feito muito nos nossos mandatos, a nossa responsabilidade é parcial. Quem não fez as obras foram os governos federal e estadual”, declarou Bomtempo. “Compramos os terrenos [para realocar as famílias retiradas de casa depois de fortes chuvas em 2011 e 2013] e eles não fizeram as obras”.
Segundo estimativa do secretário de Infraestrutura e Obras do Rio, Max Lemos, as chuvas devem causar um prejuízo de até R$ 300 milhões aos cofres fluminenses, considerando ações emergenciais como reconstrução de passarelas, recuperação de tubulações e retirada de pedras.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou a lista de desaparecidos da cidade de Petrópolis, na região serrana fluminense. Até sábado (19.fev.2022) — a relação contava com 213 nomes.
O Ministério Público do Rio de Janeiro tem uma conta diferente e registra 90 pessoas. Leia a lista aqui (2 KB).