Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, estimam que 29,1 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais sofreram algum tipo de agressão nos 12 meses anteriores à entrevista. Desse número, só naquele período, mais de um milhão sofreu violência sexual.
Em Alagoas, durante o ano de 2021, a Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS) realizou 768 atendimentos, dos quais 90% eram mulheres. A média mensal foi de 64 atendimentos e a faixa etária que mais apareceu nos indicadores foi de 0 a 11 anos. As denúncias podem ser feitas na RAVVS diariamente, 24 horas, através do aplicativo Fica Bem, do telefone (82) 98882-9765 ou presencialmente, no Hospital da Mulher (HM), no bairro Poço, em Maceió.
Com o intuito de fortalecer o apoio às vítimas de agressão sexual, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio da RAVVS, lançou, em 2020, o aplicativo Fica Bem. Desenvolvido pelo Centro Universitário Cesmac, a ferramenta pode ser baixada gratuitamente nas lojas virtuais dos smartphones com sistema operacional Android e possui um layout simples de usar.
Com esta ferramenta, é possível que qualquer pessoa faça denúncias de agressão sexual anonimamente ou não. O Fica Bem também disponibiliza locais, grupos de apoio e uma comunidade com outras mulheres que também podem ajudar, informações sobre possível perigo em relacionamento, além de um alerta de ajuda.
Isabela Valente Reis, assessora técnica da RAVVS, faz um apelo para que as pessoas baixem o aplicativo em seus celulares. “É importante fazer o download do aplicativo, porque a gente nunca sabe quando vai precisar usar, e não é apenas a vítima que pode fazer a denúncia”, ressalta.
Ela explica, ainda, que, muitas vezes, o agressor está fisicamente muito próximo à vítima, deixando-a impossibilitada de sair para fazer a denúncia e o aplicativo deve facilitar a denúncia e as orientações nesses casos, já que o Fica Bem disponibiliza todas as ferramentas online. “Além disso, esse aplicativo não é só um botão de SOS, ele tem um poder muito grande de comunicação e de orientação às vítimas ou pessoas que tiverem dúvidas com a equipe multiprofissional da Área Lilás do Hospital da Mulher [onde funciona a RAVVS]”, afirma.