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30/10/2024 às 10h13min - Atualizada em 30/10/2024 às 10h13min

DE PRIMEIRA COM MARLON ARAÚJO - VINÍCIUS JR E O RACISMO ESTRUTURAL NO FUTEBOL EUROPEU

marlonaraujo76
Instagram Marlon Araújo
jovempam.com.br
Vinicius Jr. não levou o troféu Bola de Ouro, mas sua presença e impacto no futebol mundial são inquestionáveis. O jogador brasileiro tocou em algo muito mais profundo e incômodo: o racismo estrutural no futebol europeu, um comportamento que a pesquisadora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), @carlaakotirene Carla Acotirene, chama de “hierarquia racial invisível”, onde o talento negro é aplaudido, mas sua voz é silenciada.

Enquanto Vinicius driblava e brilhava, ele também denunciava o racismo que sofria, expondo um crime que muitos preferem não ver ou mencionar. Dados recentes da Federação Internacional de Jogadores Profissionais (FIFPRO) indicam que mais de 40% dos jogadores negros na Europa sofrem ofensas racistas nas redes sociais e dentro dos estádios, com punições frequentemente brandas e ineficazes. A UEFA, por exemplo, aplicou apenas cinco suspensões em resposta a casos de racismo em toda a temporada de 2022, um número que evidencia o quão pouco o racismo é tratado como uma questão prioritária.

Não foi a postura de Vinicius, mas sua resposta a agressões racistas que gerou antipatia em muitos, como se exigir respeito fosse um “problema de comportamento”. Essa reação revela o que Acotirene descreve como a “lógica da subalternidade”: espera-se que o atleta negro apenas jogue, sem questionar.

No cotidiano, observamos esse racismo estrutural em detalhes que vão além do futebol: do jovem que precisa “provar” que é trabalhador ao andar nas ruas à mulher negra que enfrenta desconfiança ao entrar em certos espaços. Vinicius Jr. trouxe isso à tona, e sua ausência na premiação ecoa um silêncio ensurdecedor e uma tentativa de minimizá-lo na história do futebol. Afinal, o que realmente incomoda. O drible ou a voz?

Este debate não se encerra com a Bola de Ouro, nem deve. Vinicius segue jogando, mas também segue questionando, e essa resistência é, em si, um troféu que nenhum prêmio é capaz de simbolizar.


Avante Vinícius !!

Fonte: Marlon Araújo
 
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