O novo interrogatório é visto como uma espécie de atualização de seu acordo de delação. O tenente-coronel tem tentado negar suas declarações feitas em outras oitivas com a PF, dizendo que suas acusações são uma “interpretação” de investigadores e alegando que “nunca disse que o presidente tramou um golpe”.
No depoimento desta segunda, ele falou sobre o uso das verbas da Presidência da República a partir de saques com cartão corporativo, fraude nos certificados de vacinação, dinheiro obtido com a venda de joias, negócios firmados nos Estados Unidos durante a viagem de Bolsonaro e sobre a trama golpista.
Agentes da PF afirmam que Cid esclareceu pontos não abordados em outras ocasiões, novos fatos que surgiram após depoimentos de outros interrogados e respondeu perguntas feitas a partir de provas coletadas pela Polícia Federal durante perícias em aparelhos apreendidos com outros bolsonaristas.
Ele afirmou que não participou da reunião golpista com os então comandantes das Forças Armadas e com o ex-presidente sobre uma tentativa de golpe de Estado. Esse foi o sétimo depoimento do ex-ajudante de ordens à PF.
A nova oitiva de Cid foi agendada após o depoimento de Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que implicou diretamente Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, na trama golpista. A expectativa entre investigadores é que ele reforçasse as declarações do ex-chefe da Força.