Uma vez declarado réu perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e com os processos devidamente distribuídos, Bolsonaro terá tempo suficiente para construir sua defesa. Apesar de ter sido condenado à inelegibilidade, na Justiça Eleitoral, as investigações da PF ocorrem dessa vez no âmbito criminal. Uma eventual condenação criminal poderia resultar na prisão de Bolsonaro, conforme a gravidade da pena.
A PF considera que os fatos sob investigação relacionados a Bolsonaro estão interligados e, por isso, devem ser concluídos em conjunto. Os investigadores finalizam a análise de materiais apreendidos, como celulares, e as investigações relacionadas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, que revelou a participação de Bolsonaro em um plano golpista após as eleições do ano passado.
Essa tentativa de golpe de Estado, conforme os inquéritos em andamento, está ligada à atuação das milícias digitais que atacaram as instituições democráticas nos últimos quatro anos; entre outros fatos.
Os inquéritos sobre a disseminação de notícias falsas e a manutenção de milícias digitais abordam diferentes áreas de investigação, incluindo desvio de joias para venda no exterior e fraudes nos certificados de vacinação. Os investigadores identificam uma conexão entre esses delitos e a organização criminosa montada para atacar as instituições democráticas.
As milícias digitais também teriam visado obter vantagens indevidas do Estado brasileiro, segundo a PF. A definição dos crimes imputados ao ex-chefe do Executivo será realizada ao término dessas investigações. Embora houvesse a expectativa de encerramento até o fim deste ano, o extenso volume de provas atrasou o processo.
Bolsonaro instruiu sua defesa para negar qualquer envolvimento em tentativas de golpe ou quaisquer outros delitos.