O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a ida a agenda externa e mudou as reuniões de trabalho do Palácio do Planalto para o da Alvorada — residência oficial do chefe de Estado — nesta quarta-feira (6).
Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, que compareceu a um evento em que a participação de Lula foi cancelada, o motivo está relacionado com a saúde do presidente.
“Na verdade, houve um contratempo de ordem pessoal. Desde ontem o presidente vinha sentindo uns problemas pessoais de saúde, mais leves, e essa foi a razão pela qual ele não veio e o despacho foi transferido para o Alvorada. Eu mesmo fui pra lá, portanto não houve nada por ordem política”, afirmou Dino.
Lula confirmou que irá realizar sua terceira cirurgia no quadril no final deste mês para tratar de uma dor crônica. Segundo ele, ela atinge a cabeça do fêmur. A cirurgia deverá ser realizada no dia 29 de setembro.
O presidente reclama há meses de dores no fêmur, provocada por um quadro de artrose. Em julho, ele fez o segundo procedimento para aliviar o desconforto. Na época, disse que faria a cirurgia para corrigir definitivamente o problema em outubro.
Veja: Lula confirma que vai passar por cirurgia no fêmur
A declaração de Dino ocorreu após questionamentos de jornalistas na sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), onde ele e o vice-presidente Geraldo Alckmin participaram da cerimônia referente ao Dia do Profissional de Inteligência.
Os ministros da Defesa, José Múcio, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Amaro, também estiveram no evento.
Indagado pela imprensa, Dino afirmou que Lula está concluindo as decisões da eminente reforma ministerial nesta quarta-feira (6).
“Acho que os passos já foram todos dados, com certeza ele deve fazer o anúncio em breve. Não sei afirmar se hoje ou amanhã, mas o fará na medida em que o tema já está adequadamente amadurecido, e até publicizado”, disse.
O presidente deve reunir representantes do Centrão nesta quarta-feira (6) e anunciar quais pastas eles vão ocupar, segundo apuração da CNN. As mudanças deverão afetar os ministros Márcio França (PSB) e Ana Moser. O Ministério do Esporte deve ser entregue a André Fufuca, líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, que é visto como favorito para assumir a pasta.