Olha aí: a minuta golpista do Anderson Torres era pra viabilizar esse plano de golpe, visando aparelhar o TSE e melar as eleições. Notem o cuidado em parecer legalista e percebam que é assim que os militares brasileiros deram todos os Golpes de Estado que fizeram. https://t.co/VjBszlNxoS
— Carapanã (@carapanarana) June 15, 2023
Documentos obtidos pela Veja revelam que o ex-ajudante de ordens do presidente, Mauro Cid, arquitetou um plano para anular as eleições, afastar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e estabelecer uma intervenção militar no país. Os documentos, encontrados no celular de Mauro Cid, detalham o roteiro do golpe. Segundo o relatório de 66 páginas produzido pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, o plano se sustenta na ideia de que os militares poderiam ser convocados para arbitrar um conflito entre os poderes. A derrota de Bolsonaro nas eleições seria justificada por decisões inconstitucionais dos ministros do STF, que também fazem parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com os documentos, o presidente encaminharia um relato das inconstitucionalidades ao comando das Forças Armadas, que avaliaria os argumentos. Se concordassem, nomeariam um interventor com poderes absolutos. Esse interventor suspenderia decisões consideradas inconstitucionais, afastaria preventivamente os ministros do STF e convocaria substitutos. Além disso, seriam abertos inquéritos para investigar as condutas dos magistrados, e uma nova eleição presidencial seria marcada. O celular de Mauro Cid também revelou a pressão exercida por coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército e um dos mais eloquentes apoiadores do golpe. Em mensagens trocadas, Lawand instava Mauro Cid a convencer Bolsonaro a "dar a ordem" para a ação e argumentava que o presidente não tinha nada a perder, pois acabaria sendo preso. No entanto, o ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro não confiava no Alto-Comando do Exército.
Além de Mauro Cid, o relatório da Polícia Federal identificou mensagens de Gabriela Cid, esposa do ex-ajudante de ordens, em que ela convocava apoiadores de Bolsonaro para "invadir" Brasília e atacava o ministro do STF Alexandre de Moraes. Também foram encontradas mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp chamado "Dosssss!", composto por "militares da ativa".
A descoberta desses documentos e conversas reforça a existência de uma conspiração golpista por parte de membros próximos ao governo Bolsonaro. Embora não se saiba se as propostas foram levadas ao presidente, o fato de ter pessoas próximas ao chefe de Estado planejando um golpe é motivo de grande preocupação para a democracia brasileira. A descoberta desses arquivos do celular de Mauro Cid tem o potencial de repercutir de forma significativa no cenário político brasileiro. O conteúdo das conversas expõe uma conspiração contra a democracia, com indícios de que haveria apoio de setores militares dispostos a agir fora dos limites legais para manter Bolsonaro no poder.
Enquanto as investigações seguem seu curso, a sociedade civil e as autoridades competentes aguardam ansiosamente para saber a extensão desse suposto plano de golpe. A transparência e a punição dos envolvidos tornam-se vitais para a preservação da democracia e do estado de direito no país. As informações são preliminares e estão sujeitas a confirmação pelas autoridades competentes. A seriedade do assunto requer uma investigação rigorosa e imparcial, visando proteger os princípios fundamentais do sistema democrático brasileiro.