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28/05/2023 às 20h01min - Atualizada em 28/05/2023 às 20h01min

Juíza eleitoral decide pela cassação de Crivella mais uma vez e deputado tem mandato pressionado

Decisão por abuso de poder político no caso dos "guardiões do Crivella" não tem efeito imediato. Deputado pode recorrer no exercício do cargo. Crivella enfrenta pelo menos três decisões de cassação expedidas este ano.

Gustavo Queiroz e Weslley Galzo
https://www.terra.com.br
Marcelo Crivella, prefeito do Rio. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil / Estadão
A Justiça Eleitoral determinou, em primeira instância, nova cassação do mandato do deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) por abuso de poder político e conduta vedada. A decisão da juíza Márcia Santos Capanema, da 23ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, ainda ordenou a inelegibilidade do ex-prefeito do Rio de Janeiro por oito anos. A decisão não gera perda automática do mandato. Só haverá consequência se ele perder em todas as instâncias e forem esgotadas as chances de recurso.
 

Esta é pelo menos a terceira decisão da Justiça Eleitoral pela cassação de Crivella nos últimos cinco meses. A defesa do parlamentar recorre de todas elas. Enquanto isso, o parlamentar evangélico pode exercer seu mandato na Câmara, em Brasília, normalmente.

"A decisão é antiga, do início de maio, e não tem efeito imediato. Além disso, uma juíza eleitoral de primeira instância não tem competência para cassar mandato de deputado federal. Recursos já apresentados e o processo segue sob sigilo", disse ao Estadão o advogado Marcio Vieira, sobre a mais recente decisão da Justiça Eleitoral.

Crivella é acusado de manter um esquema de funcionários que permaneciam, durante seus seus expedientes, próximos a unidades de saúde para tentar interromper reportagens que denunciavam o destrato de hospitais e postos. Os integrantes do grupo conhecido como "guardiões do Crivella" ocupavam cargos de confiança com salários de até R$ 10 mil.

A decisão se baseia em ação da coligação "É a vez do povo", do PT e PC do B, protocolada em 2020, quando Crivella disputava a reeleição à prefeitura. O Ministério Público Eleitoral do Rio também entrou com uma pedido de cassação do ex-prefeito no caso.

Em janeiro, a juíza Márcia Santos Capanema já havia ordenado a cassação do ex-prefeito por abuso de poder político, por ter apresentado dias antes da eleição de 2020, três projetos que concediam benefícios fiscais, moratória e parcelamento de débitos, isenção e remissão de taxas.

Em abril, a magistrada ainda confirmou nova condenação de Crivella e cassação de mandato, desta vez por ação movida pelo atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), em 2020. Paes acusou Crivella de distribuir 1,5 milhão de panfletos durante a campanha eleitoral com "informações inverídicas" sobre ele, o que caracterizaria abuso de poder econômico. O material associava o nome do candidato do PSD ao de Marcelo Freixo (PSOL) e dizia que os dois defendiam a legalização do abordo, das drogas e do chamado "kit gay" nas escolas .

Crivella ainda responde na Justiça ação que o acusa de chefiar o "QG da Propina", grupo que teria desviado R$ 53 milhões em troca de favorecimentos a empresas. Ele chegou a ser preso nove dias antes de terminar o mandato de prefeito, em dezembro de 2020, em uma operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio.


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