BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A quebra de sigilo de assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mostra uma troca de mensagens em que é citado um encontro sigiloso no Palácio da Alvorada entre o então mandatário e o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Carlos Horbach.
De acordo com o diálogo, esse encontro teria ocorrido na manhã do dia 16 de outubro de 2021, um sábado. Não há registro dessa reunião na agenda oficial de Bolsonaro.
"Precisamos operacionalizar buscar o ministro do TSE onde ele estiver e trazer sem aparecer", escreve, na véspera do encontro, Célio Faria, então chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro e que se tornaria ministro da Secretaria de Governo em 2022.
A mensagem é enviada para Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, que teve os sigilos bancário, fiscal e telemático quebrado por ordem de Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Mais cedo naquele dia, Célio Faria havia escrito a Cid para falar do encontro. "O chefe precisa falar com uma pessoa neste final de semana. Preciso saber o horário e a pessoa pediu para um carro ir buscá-lo."
Nas duas mensagens subsequentes, Faria diz que a reunião ocorreria no Alvorada e escreve o nome do ministro Carlos Horbach.
Às 9h12 do dia seguinte, sábado, Mauro Cid manda uma mensagem a Célio com os dizeres: "Min TSE com o Pr". Pr é a sigla para "presidente da República", usada pelos dois.
: Defesa de Bolsonaro fala com a imprensa após depoimento de ex-presidente na Polícia Federal (Dailymotion)
Defesa de Bolsonaro fala com a imprensa após depoimento de ex-presidente na Polícia Federal