247 - O ex-ministro da Justiça Anderson Torres demonstrou interesse em fazer um acordo de delação premiada. A informação foi divulgada por fontes da Polícia Federal, de acordo com reportagem do Correio Braziliense. Torres, que também é ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, está preso desde 14 de janeiro suspeito de envolvimento com os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Congresso, o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
A PF identificou um documento de inteligência que mapeou onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve mais votos no primeiro turno das eleições. Também está sendo investigado se aliados do governo Jair Bolsonaro organizaram um plano para que policiais rodoviários federais (PF) fizessem "blitz", com o objetivo de atrasar a chegada de eleitores petistas a locais de votação e, em consequência, diminuir a porcentagem de votos de Lula.
Investigadores identificaram uma viagem de Torres à Superintendência da PF na Bahia na véspera da votação de 30 de outubro.
A defesa de Torres nega que o cliente esteja negociando qualquer acordo de delação.
Nos últimos anos, Bolsonaro tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o governo. Também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado das eleições.
Partidos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de o bolsonarismo tentar um golpe.
Em novembro do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o PL em R$ 22,9 milhões após o partido questionar a confiança das urnas eletrônicas.