12/05/2021 às 19h41min - Atualizada em 12/05/2021 às 19h41min
Em Alagoas, " Coffee break " indigesto atrapalha visita de Bolsonaro
Por: Marcos Souza
Por: redação
Redes Sociais Com uma agenda conflitante e recheada de contratempos e desinformações, Bolsonaro “inaugura” amanhã obras que o governo de Alagoas já entregou.
Com medo da CPI, presidente encena solenidade de inauguração de viaduto usado desde dezembro pelos maceioenses.
Enquanto Brasília pega fogo com os depoimentos do diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, e do ex secretário de Comunicação Fábio Wajngarten, que segue sendo interrogado na tarde desta quarta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro arruma às malas para aterrissar em Alagoas amanhã para cumprir uma agenda de relevância questionável, devido ao " lapso temporal" que a cerca.
No dia em que representantes da Pfizer falarão sobre a recusa de 70 milhões de doses de vacina para o Plano Nacional de Imunização pelo governo federal, Bolsonaro encena a inauguração de duas obras já prontas e entregues à população pelo governo do Estado. Às 11h30, está marcada a solenidade de inauguração do viaduto da PRF, obra entregue pelo governador Renan Filho no dia 23 de dezembro de 2020. A cerimônia vai interditar parte do equipamento que já vem sendo utilizado pelos maceioenses há cinco meses e promete complicar o trânsito no local durante toda a manhã.
Vale dizer ainda que o governo Bolsonaro não investiu um centavo na obra, que custou R$ 77,4 milhões e teve contrapartida de R$ 25 milhões do governo estadual.
O “engenheiro de obras prontas”, como já vem sendo chamado o presidente, também vai “inaugurar” o trecho 4 do Canal do Sertão, em São José da Tapera, que já beneficia a uma população de 43.135 habitantes desde 2018. Os últimos cinco quilômetros foram finalizados e entregues pelo Governo de Alagoas no mês de abril, mais uma vez sem festividade por causa da pandemia. Entre as últimas quatro gestões presidenciais, o governo de Jair Bolsonaro foi o que menos investiu no Canal do Sertão: pouco mais R$ 178 milhões contra R$ 307 milhões repassados por Michel Temer, 335 milhões por Lula e R$ 1,4 bilhão por Dilma Rousseff.