O Dia Mundial da Obesidade é lembrado anualmente em 4 de março. A data foi criada para reforçar a necessidade de intensificar a discussão sobre o tema e, com isso, ampliar o olhar das pessoas sobre a prevenção e o tratamento da comorbidade.
A obesidade é uma doença crescente no Brasil que, além de ter um impacto negativo na qualidade de vida do obeso, pode levar a diversas enfermidades crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.
Na Rede Municipal de Saúde de Maceió, o problema é fortemente combatido por meio de um trabalho sério que envolve estratégias como ações educativas e oferta de assistência integral à população em todas as fases evolutivas da enfermidade.
Dentre os serviços ofertados no Município para os maceioenses, a Saúde dispõe das unidades de saúde com profissionais qualificados que promovem grupos com atividades de promoção à saúde como oficinas, dinâmicas e palestras que mantém o tema em discussão para ampliação do conhecimento da comunidade.
O exercício físico também é bastante incentivado em muitos desses locais como forma de estímulo ao bem-estar e promoção da saúde. Para trabalhar nesse contexto, a SMS conta com 17 Núcleos de Atividade Física. O projeto tem a finalidade de promover o acesso gratuito da população à prática de exercícios para a promoção de hábitos saudáveis.
Voltado ao tratamento da obesidade, as unidades contam com equipe multidisciplinar com médicos, enfermeiros, nutricionistas dentre outras especialidades que oferecem atendimento, de segunda a sexta-feira para os maceioenses.
“A Atenção Primária atua na prevenção de doenças como a obesidade, mesmo antes delas surgirem, pois ofertamos orientação, educação em saúde e atendimento em todas as fases da vida do indivíduo. Nosso papel também é tratar, mas o foco principal de nossos profissionais é informar e educar a população para que a doença não se desenvolva”, pontuou Ednalva Araújo, coordenadora da Atenção Primária de Maceió.
Já para pacientes com alto ou muito alto risco de complicações decorrentes da doença, a Saúde dispõe do Centro de Referência em Doenças Crônicas – Diabetes, Obesidade e Hipertensão (CDOHC).
Situado no Bloco B do Pam Salgadinho, a unidade atende pacientes que apresentarem complicações decorrentes dessas três doenças. O local conta com equipe multiprofissional composta por profissionais como cardiologistas, endocrinologistas , nutrólogos, nutricionistas, assistentes sociais e educador físico.
Tem acesso ao serviço o usuário que é encaminhado, por meio de relatórios de referência, pela unidade de saúde que já faz o acompanhamento da doença do paciente.
“A função do CEDOCH é qualificar o atendimento já oferecido à população na Atenção Primária, ou seja, acolhemos os pacientes com quadros mais graves da doença e proporcionamos atendimento diferenciado com total monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde. Fazemos, então, uma prevenção intitulada de secundária, pois evitamos que o usuário evolua para complicações mais graves ou outras doenças crônicas”, explicou Camila Moura, gerente de Atenção às Doenças Crônicas de Maceió.
Cenário epidemiológico da obesidade
De acordo com dados levantados junto aos Núcleos de Atividade Física do Município, em 2019, 72% dos maceioenses apresentam excesso de peso; em 2020, esse número caiu para 68% e em 2021 subiu para 81%. Com relação à obesidade em específico, Maceió registrou um índice de 24% em 2019, 22,41% em 2020 e 33,7% em 2021.
No que se refere às crianças, os índices registrados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), apontam que, em 2019, na faixa etária dos 2 a menores de 5 anos, 21,49% apresentaram excesso de peso, 5,29% destes com obesidade. Já na faixa etária dos 5 aos 9 anos, o percentual de excesso de peso chegou, naquele ano, a 24,5%; 13,34% com obesidade ou obesidade grave.
É importante ressaltar ainda que, entre os adolescentes brasileiros, esse total chega a 9,7 milhões com excesso de peso no país, sendo 3,4 milhões com obesidade, de acordo com dados de 2019, do Sisvan.
“Entre os principais fatores que contribuem para esses índices estão a má alimentação e o alto consumo de ultraprocessados, o que é um dos fatores de risco relacionados à carga global de doenças. Nesse sentido, é preciso fortalecer articulações entre os diversos setores para promovermos hábitos de vida saudáveis e o cuidado integral à saúde”, completa Kelly Barros, nutricionista da Gerência de Promoção e Educação em Saúde do Município.
Sobre a data
A partir de 2020, a Federação Internacional da Obesidade mudou a data do Dia Mundial da Obesidade para o dia 04 de março. Com uma data única, o objetivo é coordenar melhor os esforços para reconhecer a obesidade como uma doença multifatorial e crônica, que se tornou um dos maiores problemas de saúde pública.