O jornal espanhol El Periódico publicou detalhes sobre a primeira noite de estada de Daniel Alves no Centro Penitenciário Brians 1, nos arredores de Barcelona. Segundo o jornal, a notícia da chegada do atleta na noite da última sexta-feira, 20, correu rápido no local e ele estaria abatido e sem pronunciar uma única palavra, conforme informaram agentes do estabelecimento.
O centro de detenção Brians 1 costuma ser bem movimentado e é dedicado em boa parte a pessoas presas preventivamente. Abalado, Daniel Alves recolheu digitais e tirou fotos logo após sua chegada. Neste sábado, a expectativa é que a família do jogador leve roupas até o local, que tem uma série de visitas previstas para novos presos.
Um médico terá que fazer um check-up, abrir ficha e anotar os tratamentos que ele faz, caso haja. O protocolo também exige um teste de tuberculose. Na parte da tarde, ele terá encontros com juristas e educadores prisionais.
O jornal espanhol também publicou algumas particularidades sobre a penitenciária espanhola. Segundo o El Periódico, o módulo 3 não tem televisões funcionando há dias. Outras queixas se referem a um problema de vazão de água quente em algumas duchas do local. Daniel Alves terá de usar as duchas coletivas do centro, onde nem todas funcionam com água quente. A demora na reparação tem causado insatisfação e o problema no aquecimento das águas havia sido informado pelo sindicato penitenciário 24 horas antes da chegada do brasileiro.
O CASO
A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão do jogador na última sexta-feira. Ele foi detido ao dar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito a fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção. O Pumas, do México, anunciou na última sexta que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube será rompido por justa causa.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria colocado a mão entre as roupas íntimas da mulher que fez a queixa. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã, que colheu depoimento da vítima. Ela também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de Janeiro, o jogador deu entrevista ao programa “Y Ahora Sonsoles”, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou ter tido relações consensuais com a mulher, cujo nome não foi revelado. O suposto crime sexual teria ocorrido num banheiro unissex da área vip da casa noturna.
Segundo o jornal espanhol El Periódico, o brasileiro trancou, agrediu e estuprou a mulher no banheiro da área VIP da boate. Ele nega as acusações. A juíza argumentou na decisão de prender o jogador que existia o risco de fuga, uma vez que o atleta não mora mais na Espanha e tem recursos financeiros para sair do país a qualquer momento. Além disso, a Espanha não tem acordo de extradição com o Brasil.