Na segunda vez de Pelé em Alagoas, em 1970, só deu Márcio Canuto. “Em 1970, Pelé veio para inaugurar o estádio com o nome dele. Quando a delegação do Santos chegou a Maceió, lá estava eu à porta do avião para entrevistar Pelé. Depois desfilou em carro aberto e estou eu entrevistando Pelé. Ele foi inaugurar a sede de um banco, onde era garoto-propaganda, e estou eu entrevistando Pelé. Ele vai para o hotel, e lá estou eu entrevistando Pelé, e foi para o vestiário do estádio, e lá estou entrevistando Pelé. Ele entra em campo, e estou eu entrevistando”, contou.
E, em dado momento daquela partida contra a Seleção Alagoana, Pelé é substituído logo nos primeiros minutos da segunda etapa, porque teria um compromisso no Rio de Janeiro e já tinha um jatinho à espera. Mas, também, quem estava à espera de mais uma entrevista era ele, sim, Márcio Canuto, e ganha um apelido da crônica esportiva.
“No vestiário o Pelé me pergunta: ‘Ô menino, tu ainda tem alguma pergunta pra me fazer? Porque onde eu fui, você estava, e agora? Aí eu respondi: Pelé, você acha que eu iria deixar de estar perto do melhor jogador do mundo. Só sei que fui apelidado em Alagoas de repórter onipresente de Pelé, como o marcador implacável”, completa o jornalista.
“Há uma onda de que o Pelé não gostava de jogar aqui em Alagoas. Muito pelo contrário, isso não faz o menor sentido. Pelé sempre foi extremamente simpático, humilde, fraterno. Pelé é único em tudo, como soberano da bola, como rei de todos nós, quando o assunto é futebol”, afirma Canuto. “Então, esses dois momentos foram muitos marcantes para mim na passagem de Pelé por Alagoas”, completa o jornalista.