Apenas Aeronáutica manteve a decisão de promover a troca de comando após a solenidade de posse do novo presidente. Em 2 de janeiro, o brigadeiro Baptista Junior, considerado o mais bolsonarista dos comandantes das forças, cederá o lugar ao militar de mesma patente, Marcelo Kanitz Damasceno. Em conversa com os futuros comandantes das Forças Armadas, Lula pediu que ainda em janeiro eles entreguem um diagnóstico sobre o aparelhamento feito por Bolsonaro entre os militares da ativa.
A escolha dos comandantes das três Forças foi uma decisão tomada em conjunto entre Lula e Múcio Monteiro, no início do mês, logo após a escolha do novo ministro da Defesa. Monteiro levou os comandantes indicados para uma conversa com Lula. Em seguida o comandante da Aeronáutica que deixa o posto desejou boa sorte ao sucessor e aos novos comandantes das Forças Armadas.
“Oficializadas as escolhas dos próximos comandantes das Forças Armadas e do Estado-Maior Conjunto, registro meu desejo de muitas felicidades e realizações em suas missões”, postou Baptista Júnior no Twitter.
Nesta manhã, durante encontro com os futuros ministros Flávio Dino (Justiça), e José Múcio (Defesa), o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), anunciou que já foram desmontadas 40 barracas no acampamento golpista, em frente ao Quartel-General (QG) do Exército (Forte Apache), em Brasília.
Ibaneis adiantou, ainda, que a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) está em contato com o Exército para “acelerar a desmobilização” e que o objetivo é até 1º de janeiro, dia da posse do presidente eleito, conseguir a desmobilização “de forma natural”. Dino, por sua vez, informou que o DF terá à disposição 100% das forças de segurança mobilizadas para atuar na solenidade de posse.
Múcio concordou que a retirada dos bolsonaristas acontecerá de forma gradual.
— Não vamos tirar ninguém na marra. Nós já vínhamos trabalhando a questão da posse em conjunto com a PF. Estaremos com todo efetivo da Polícia Militar (PMDF) de prontidão e a Polícia Civil (PCDF) também no apoio, infiltrado durante todo o movimento, principalmente pelos últimos acontecimentos — acrescentou o governador do DF.
As unidades militares, no entanto, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil junto à intendência do Exército, é que os estoques de sabão em pó estão a postos para a limpeza do local, na próxima sexta-feira.
— Não consideramos como movimento legítimo o que vem acontecendo. Queremos ter a pacificação da nossa cidade e do nosso país — avisou o governador.