À época, o mandato era de cinco anos. Agora, que é de quatro, Lula promete fazer se eleito o que só poderia ser possível em quarenta. Descarta a reeleição. Estará com 81 anos em 2026.
Parece razoável o que ele propõe – não o equivalente a quarenta anos de realizações em quatro, mas governar só por um mandato. Se eleito, ele será o político mais velho a chegar à presidência.
De resto, é justo que tendo governado o país por três vezes, queira aproveitar com Janja, sua nova mulher, os anos de vida que lhe sobrarem. Como a sua, não haverá outra história por aqui.
Uma das coisas que ele recorda com mais prazer dos seus anos como presidente era poder acordar com fome durante a madrugada e comer um sanduíche de pão com ovo. Bastava pedir.
Não se despreze, porém, a hipótese de ele estar falando em governar quatro anos só para ter sua tarefa facilitada. Será uma tarefa dura, agravada pela herança maldita de Bolsonaro.
Quem prova do poder não esquece o sabor. Ao término do seu segundo mandato, Lula chegou a sondar amigos sobre a possibilidade de mudar a Constituição para se reeleger outra vez.
Foi aconselhado a não o fazer. Pagaria um preço caro em termos de desgaste político. Melhor seria tentar voltar depois de uma pausa de quatro anos. Ele bem que quis, mas Dilma não deixou.
O poder é afrodisíaco, como disse um dia Henry Kissinger, Secretário de Estado de dois presidentes americanos nos anos 1970, hoje com 99 anos de idade, mas ainda em boa forma.
Janja haverá também de gostar do papel de primeira-dama que já exerce na campanha do marido.