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21/07/2022 às 14h54min - Atualizada em 21/07/2022 às 14h54min

Boletim do golpe (XIV) – O dia seguinte a uma vitória de Lula

O desafio está posto para as Forças Armadas, e não só para as desarmadas

Ricardo Noblat
https://www.metropoles.com/
Reprodução
Se o PSDB foi capaz de arregimentar 3 mil pessoas em São Paulo, apenas 4 dias depois do segundo turno da eleição presidencial de 2014, para protestar contra uma suposta fraude que explicaria a derrota de Aécio Neves frente a Dilma Rousseff (PT), do que não serão capazes Bolsonaro e sua gangue em outubro próximo?
 

As redes sociais engatinhavam naquele ano. Elas não deflagraram o pedido do PSDB para uma auditoria nas urnas eletrônicas e no sistema de apuração do Tribunal Superior Eleitoral – forneceram o pretexto. Tancredo Neves, avô de Aécio, jamais contestou resultados de eleições, nem mesmo das que perdeu.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo (30/6), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha do seu pai à reeleição, disse que o presidente não terá como controlar uma eventual reação violenta de apoiadores que contestem o resultado das urnas. Negou, apenas, que Bolsonaro estimulará tal coisa.

Mas fez questão de acrescentar:

“Se as Forças Armadas apontam vulnerabilidades [das urnas], e o Tribunal Eleitoral não supre, é natural que essas pessoas [os ministros do tribunal] tenham de se posicionar dizendo: ‘A gente não pode garantir que as eleições vão ser seguras’.”

Os ministros já disseram que as eleições serão seguras como todas as que ocorreram nos últimos 26 anos desde que o voto deixou de ser impresso e passou a ser eletrônico. Os Bolsonaro, pai e filhos, se elegeram pelo voto eletrônico sem reclamar. Começaram com essa conversa toda por medo da derrota do pai, ora desenhada.

O tribunal prepara-se para uma série de ações violentas que deverão ocorrer antes, no dia do primeiro turno das eleições, e nos dias seguintes. Se elas se resumissem a mensagens indignadas a serem postadas nas redes, a passeatas por maiores que fossem, isso seria o melhor dos mundos, mas não será assim.

É certo que será pedida a recontagem de votos no caso de uma vitória de Lula sem que precise disputar o segundo turno, mas não ficará só por aí. Em qualquer hipótese, os bolsonaristas dão sinais de que irão forçar a abertura das portas do inferno se Lula for eleito; e, por mais que Flávio negue, com o apoio do pai dele.

Não basta que as Forças Armadas garantam como sempre fazem a distribuição das urnas e, principalmente, a segurança das eleições nos pontos mais remotos do país; elas terão que fazer desta vez a mesma coisa nas grandes cidades, onde o bolsonarismo das polícias estaduais é crescente e ameaçador.


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