É o que faz Bolsonaro à vista de todos e com a cumplicidade de todos, inclusive dos que querem vê-lo pelas costas o mais rápido possível. Lula diz que os contemplados pela graça de Bolsonaro devem aceitá-la e depois dar uma banana para ele. Não denuncia que está vindo mais um estelionato eleitoral por aí.
Antigamente, o estelionato se dava após as eleições, quando o eleito que prometera fazer isso e não aquilo, acabava fazendo aquilo. Em 1998, para se reeleger, Fernando Henrique prometeu que não desvalorizaria o Real, mas o fez. Dilma Rousseff, reeleita, promoveu um duro ajuste fiscal que negara que faria.
Em 2018, Bolsonaro venceu garantindo que acabaria com a corrupção e que nem em sonhos se juntaria ao Centrão. Juntou-se no segundo ano do seu governo. Livrou-se do ex-juiz Sérgio Moro, que acreditou em seu discurso anticorrupção. A roubalheira contaminou parte expressiva do seu governo, além dos seus filhos.
Antes de acontecer, as eleições deste ano já chegaram ao fim mesmo faltando 82 dias para o primeiro turno. Restam no picadeiro Lula e Bolsonaro, empenhados em chamar a atenção do distinto público. No desespero para não sair de cena, a PEC de múltiplos nomes será o penúltimo número de Bolsonaro.
Se não render o que ele espera, Bolsonaro tentará apagar as luzes.