A participação de mais de 3.000 artistas locais, entre cantores, bandas e grupos de danças típicas, só confirmam que o São João de Maceió – ‘Massayó: Sol... Mar... Forró’ – é o maior do litoral do Brasil. Ao inseri-los na programação, a prefeitura da capital alagoana não só valoriza como aquece o coração daqueles que sentiam falta dos palcos, após dois anos de pandemia, sem a energia marcante do público.
Os artistas da terra foram contemplados em quatro editais específicos da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC). Do ‘São João Cultural 2022’ foram 1.660 artistas, sendo 20 grupos de coco de roda, 20 quadrilhas e 20 trios de forró. Do ‘Toca Tudo MCZ’, foram 378 artistas, divididos em 36 bandas e 56 trios de forró. Já do ‘Vem pra Praça’ são 900 artistas (10 grupos de coco de roda, 10 quadrilhas e 10 grupos de bumba meu boi. E, do ‘Festival Bumba Meu Boi’ foram 200 artistas contemplados (20 grupos escolhidos).
Patrimônio vivo da cultura de Alagoas, Chau do Pife se diz emocionado com o retorno das festas juninas e empolgado por figurar entre as atrações do evento do ‘Massayó: Sol... Mar... Forró’. Ele elogiou a gestão pelo planejamento e avisa que dará o seu melhor, em agradecimento aos que o incentivam nesta jornada há 52 anos.
“A expectativa é das melhores. Viemos de uma pandemia muito difícil, onde a nossa cultura sofreu bastante. Só os artistas entendem o quanto é importante a volta do São João, que reflete na rotina do povo nordestino. Quando fazemos as coisas com o coração e plantamos boas sementes, colhemos bons frutos lá na frente. A música toca no coração das pessoas e estou alegre por este momento”, ressalta o artista.
Chau do Pife vai se apresentar no dia 28 de junho, na arena multicultural a ser instalada no bairro de Jaraguá, a partir das 18 horas.
Um dos precursores das comemorações juninas nos moldes atuais, o alagoano Cláudio Rios é o intérprete do jingle oficial do São João de Maceió e faz questão de frisar o quanto se sente privilegiado pela oportunidade.
“Estou muito feliz por ter atravessado essa pandemia, estar vivo e voltar a trabalhar no que a gente mais gosta. Também emocionado por cantar, compor a música tema do São João da capital e ainda ser incluído na programação. É mais um legado para mim e mais um ano que vem para a minha história. Só agradecer a Deus por tudo o que tem acontecido, por Ele que ter me dado o dom de cantar e de compor.
Outro artista da terra que está ansioso pela festa é Alysson Cunha. O forrozeiro não esconde a animação pelo retorno triunfante aos palcos e numa época em que ele sempre trabalhou bastante.
“Depois de tanto tempo fora dos palcos, devido à pandemia, teremos a oportunidade de levar alegria para o nosso público. Estamos muito felizes pelo retorno deste São João maravilhoso, que veio com tudo na Prefeitura de Maceió. Estamos prontos para fazer o melhor”, destaca.
A chance de se apresentar no mesmo lugar que grandes nomes da música deixa a cantora Natália Martins entusiasmada. Ela lembra que só terá este privilégio por conta dos editais da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), que democratiza os grandes eventos.
“Estou muito feliz por estar participando, por ser prata da terra e dividir o palco com artistas renomados nacionalmente. Isto é grandioso. Os editais da prefeitura estão possibilitando aos artistas fazer parte de várias festas na cidade. Muito gratificante, uma honra poder participar do São João da minha amada Maceió”, declara a cantora.
Cantor de forró há 22 anos, Flávio Bernardes, conhecido no meio como Flávinho Mô Fio, salientou a felicidade que sente em poder retornar ao trabalho no período mais importante para as bandas de forró e em uma festa com uma programação nunca vista anteriormente.
“O São João de Maceió está de volta de uma maneira como a gente nunca viu, contemplando mais de mil artistas da terra, além daqueles de renome nacional, que colaborarão para atrair o grande público. A economia em nossa capital ficará bastante aquecida, com cerca de 90% de ocupação hoteleira composta de pessoas interessadas em aproveitar a nossa festa, tirando o estigma de que a gente viajava para aproveitar este período”, afirmou.
Os produtores dos artistas locais, que trabalham nos bastidores para viabilizar as agendas, avaliam que a programação junina em Maceió impactou positivamente o segmento de negócios de shows, garantindo a dignidade financeira dos profissionais.
“O Brasil virou os olhos pra Maceió. O município surpreendeu positivamente, virando comentário em todo o meio empresarial do Brasil. Apesar de não ter a tradição junina de cidades como Campina Grande e Caruaru, Maceió entrou ‘como gente grande’ no rol dos destinos mais desejados nos festejos”, avalia Alan Quintela, produtor e empresário da Banda Garota Sertaneja e do cantor Marlus Viana.
Para James Junior, que acompanha o cantor César Salles, o São João de Maceió abriu um novo braço do entretenimento do Nordeste. Ele acredita que, com a vinda de artistas nacionais, combinando com a valorização dos músicos de Maceió e demais municípios alagoanos, a prefeitura mostrou que é possível realizar uma festa tradicional como esta, dando espaço para a multicultura brasileira.
“Com essa festa pensada para atrair o público de todo Nordeste, onde a festa é mais tradicional, o segmento da música coloca Maceió no calendário dos grandes eventos. Não tenho dúvidas de que ano de 2022 marca a assinatura da capital alagoana na rota dos grandes artistas. A capital assume o papel de realizador do mercado do entretenimento. Passa a disputar de igual para igual com outros estados que são referências no assunto”, observa James Júnior.