16/04/2022 às 14h12min - Atualizada em 16/04/2022 às 14h12min
Lula errou em seus posicionamentos sobre o aborto e os militares?
Opinião
Por: Opinião de Camilo Aggio
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Por: Redes Sociais O candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva protagonizou dois episódios políticos que mexeram com os brios de muitos analistas e comentadores de redes digitais. Mais especificamente, tratou do tema do aborto e fez uma fala relativamente dura ao tratar dos militares.
Ainda que, nos dois casos, só tenha dito verdades, muitos democratas de plantão manifestaram preocupação com os efeitos políticos dessas falas, afinal, hoje, pensar em derrota de Lula é pensar em vitória de Jair Bolsonaro. Não tem mais para onde correr.
Lula é um dos políticos mais experientes do mundo e de bobo nada tem. Achar que o petista foi mal conduzido por um terceiro é subestimar demais essas verdades absolutas.
O aborto. De onde vejo, Lula pautou a discussão de um tema profundamente relevante em termos morais, mas principalmente em termos de saúde pública. O receio geral do assunto é justificável, afinal, o aborto sempre foi uma agenda instrumentalizada pelo moralismo de extrema-direita para criar fantasmas e espantalhos contra seus adversários. Portanto, a fala de Lula, num país ultraconservador como o Brasil, poderia dar combustível para a candidatura de Jair Bolsonaro.
Os militares. Lula, mais uma vez, só disse verdades e, definitivamente, o problema aí transcende as eleições. O ex-presidente disse que pretende tirar milhares de militares lotados em diferentes instâncias de diferentes escalões do governo federal. Como se sabe, Lula estava falando tão e somente do aparelhamento político e armado que Jair Bolsonaro tem feito no Estado brasileiro usando militares em sua gestão.
Lugar de militar não é na política. É na caserna. Creio que Lula fez o mesmo cálculo nesse episódio. Usou de sua popularidade para tratar de um tema urgente e crucial para pensarmos em alguma sobrevida do pouco que ainda nos resta de democracia.
O que Lula pode ganhar nessa história é a ativação do rancor militar politicamente interessado que não quer Lula presidente como nunca quis.