BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Estrategistas do presidente Jair Bolsonaro (PL) começam a alinhar o discurso para minimizar os impactos do aumento de combustíveis nas eleições.
Por enquanto, a estratégia é bater na tecla de que o Brasil está inserido em um contexto mundial e colocar a culpa na guerra da Ucrânia.
Eles sabem, no entanto, da dificuldade. Um dos problemas do aumento dos preços nas bombas é o fato de que abastecer o carro exige certa periodicidade, o que não deixa o eleitor esquecer da situação. Os efeitos nos custos dos alimentos e na inflação ajudam a generalizar o mau humor.
Além disso, aliados de Bolsonaro reconhecem que é possível atribuir este último aumento ao contexto internacional, mas sabem que os reajustes são anteriores à invasão russa. E que isso será explorado pelos adversários até outubro.
Uma outra estratégia, já em andamento, tem sido colocar a culpa nas gestões petistas e nos escândalos de corrupção da Petrobras. O próprio Bolsonaro voltou a mencionar os desvios em um discurso na última terça-feira (8) em reunião com lideranças evangélicas. Serviria como uma argumentação complementar, já que já se passaram seis anos desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Por conta dessas dificuldades, o entorno do presidente, que depende de um bom desempenho eleitoral do presidente para se reeleger, tem mantido o otimismo com relação à guerra. Eles apostam nas medidas do governo para amortizar os aumentos e torcem para uma solução até outubro.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que "pode ser mais tranquilo do que a gente pensa".