No mesmo discurso, porém, o chefe do Executivo federal voltou a dizer que “não será uma canetada” que irá tirá-lo do comando do Palácio do Planalto.
“Não vai ser uma canetada que vai me tirar daqui. Quem me tira daqui é somente Deus. Não existe um ato meu, um discurso, uma ação, uma MP fora das quatro linhas [da Constituição]. Será que é tão difícil fazer algumas pessoas entenderem que essa é a maneira civilizada de nós convivermos aqui no Brasil? Nós vamos vencer esse obstáculo. Existe gente melhor do que eu? Milhares de pessoas melhores do que eu. Mas é a oportunidade do momento, o nome que está aí é o meu”, afirmou.
“Eu não vejo a hora de um dia entregar o bastão da Presidência para poder ir para a praia, tomar um caldo de cana na rua, voltar a pescar na Baía de Angra, ter paz. Mas eu creio que uma coisa fala por tudo isso aqui. Quem estaria no meu lugar se a facada fosse fatal? Como estaria o Brasil nessa pandemia?”, prosseguiu o presidente.
Encontro com evangélicos
No Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro reuniu dezenas de lideranças evangélicas. O encontro – o primeiro do ano – cuja pauta oficial não foi divulgada, é considerado uma tentativa de o chefe do Executivo federal tentar demonstrar sua força eleitoral com os religiosos.
“Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem. É fácil? Não é, mas nós sabemos e temos força para buscar fazer o melhor para a nossa pátria”, disse Bolsonaro às lideranças do segmento nesta terça-feira.
Recentemente, adversários políticos de Bolsonaro, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), têm tentado se aproximar do segmento.
Em dezembro, uma pesquisa divulgada pelo Ipec apontou que o ex-presidente Lula acumula 34% da intenção de votos entre os evangélicos. Bolsonaro registrou 33%.
No mesmo mês, pesquisa Datafolha mostrou que 43% da população evangélica considerava o petista como o melhor presidente da história do Brasil, enquanto 19% tinham Bolsonaro como o pior chefe do Executivo.
Preocupado com o cenário, o atual mandatário organizou o evento ainda no início de fevereiro. As lideranças evangélicas passaram a ser convidadas para o encontro na segunda quinzena do mês. O objetivo de Bolsonaro com a reunião é saber com quem do segmento pode contar numa eventual reeleição no pleito de outubro deste ano.