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10/02/2022 às 12h52min - Atualizada em 10/02/2022 às 12h52min

Pastor evangélico intermedia pagamento de emendas eleitorais para eleger filhos

Yahoo Notícias
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Pastor evangélico José Wellington Bezerra da Costa pediu que membros da Assembleia de Deus apoiem apenas politicos evangélicos (Foto: Reprodução)

 

  • Pastor evangélico admite intermediar emendas parlamentares para beneficiar aliados
  • Três filhos de José Wellington Bezerra são políticos e, juntos, tiveram acesso a R$ 26 milhões em emedas em 2021

  • Pastor pediu que correligionários da Assembleia de Deus não apoiem políticos que não forem evangélicos

O pastor José Wellington Bezerra da Costa, um dos líderes da Assembleia de Deus, admitiu que a igreja faz o papel de intermediadora para o pagamento de emendas parlamentares, com o objetivo de eleger os três filhos de Bezerra em São Paulo.

Em uma gravação de José Wellington durante uma pregação, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo, o pastor ainda admite ter proibido outros membros da Assembleia de Deus de apoiares candidatos que não sejam evangélicos.

“A emenda só vai para o prefeito por intermédio do pedido do pastor da Assembleia de Deus”, declarou. “O eleitorado que ali está, irmãos, não é do prefeito, mas são irmãos em Cristo que estão nos apoiando para que os nossos candidatos continuem trabalhando.” As falas aconteceram durante a reunião de obreiros na última segunda-feira (7), em São Paulo.

Os filhos do pastor são o deputado federal Paulo Freire Costa (PL-SP), a deputada estadual Marta Costa (PSD-SP) e a vereadora Rute Costa (PSDB-SP). Segundo o Estadão, os três tiveram acesso a um montante de R$ 25 milhões em recursos públicos no ano passado. A igreja apoiou os três abertamente nas respectivas eleições.

“Meus irmãos, trabalhem para eleger os nossos irmãos na fé, procurem eleger os nossos irmãos na fé. Glória! Seja fiel a este nome: Assembleia de Deus no Brasil”, disse.

José Wellington, no entanto, pediu aos pastores para que não aceitem emendas diretamente para as igrejas. A intermediação da Assembleia de Deus serva para beneficiar prefeituras e outras instituições. “A igreja não precisa de dinheiro do Estado”, alegou.

Ao Estadão, o pastor confirmou que coloca os líderes na igreja em contato com prefeitos que são beneficiados pelos filhos dele. Ao mesmo tempo, José Wellington negou que haja uma “troca de favores”.

“Quando o prefeito de uma cidade precisa de uma verba, é evidente que nós mandamos o pastor da nossa igreja para que ele tenha conhecimento com o prefeito. O nosso deputado vai entender, naturalmente, se a verba for coisa lícita, for necessária, mas pelos canais oficiais”, justificou. “A igreja não tem qualquer compromisso político.”

 

 


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