Jair Bolsonaro (sem partido) foi recebido em Santa Cruz do Capibaribe (PE), neste sábado (4), com a frase "Fora, Corno" escrita em uma via da cidade. A imagem foi divulgada pela revista Fórum e remete a um caso de traição conjugal envolvendo o presidente revelado esta semana.
Em entrevista ao portal Metrópoles, Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-funcionário da família Bolsonaro, afirmou que a ex-mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle, o traiu com um segurança particular dele.
Ainda segundo Marcelo dos Santos, Bolsonaro decidiu repassar o comando do esquema de rachadinha para os filhos mais velhos, Flávio e Carlos Bolsonaro. O ex-funcionário revelou ter sido testemunha de vários golpes dados por Ana Cristina – entre eles, o esquema que rachadinha nos gabinetes de Flávio e Carlos. Isso durou até 2007, quando Bolsonaro pediu o divórcio.
O suposto amante é Luis Claudio Teixeira da Silva, bombeiro militar do Rio de Janeiro. Próximo à família, ele fazia a segurança da família no Rio de Janeiro e foi homenageado pelos filhos de Bolsonaro em duas ocasiões: por Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em 2003, e por Carlos Bolsonaro na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, em 2004.
Neste sábado, Bolsonaro repetiu ameaças golpistas. Falou em "ruptura que nem eu nem o povo deseja" e defendeu que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sejam "enquadrados" pela população. Sem citar nomes, atacou Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, também presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
"O STF não pode ser diferente do Poder Executivo ou Legislativo. Se tem alguém que ousa continuar agindo fora das quatro linhas da Constituição, o poder tem que chamar aquela pessoa e enquadrá-la. Se assim não ocorrer, qualquer um dos três Poderes... A tendência é acontecer uma ruptura", afirmou a apoiadores no estacionamento do polo comercial de Caruaru (PE).
"Ruptura essa que eu não quero nem desejo. Tenho certeza, nem o povo brasileiro assim o quer. Mas a responsabilidade cabe a cada poder. Apelo a esse poder, que reveja a ação dessa pessoa que está prejudicando o destino do Brasil", discursou diante de centenas de apoiadores.
Bolsonaro se prepara para participar dos atos antidemocráticos de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na avenida Paulista, em São Paulo. Neste sábado, afirmou que as imagens das manifestações de seus apoiadores convocadas por ele serão "a marca do que o povo deseja".
"Enquanto juristas ficam procurando quem é o poder moderador do Brasil, eu digo a todos eles: o poder moderador é o povo brasileiro", disse o presidente.
"Temos um ou outro saindo da normalidade. Temos um ou dois jogando fora das quatro linhas da Constituição. Nós jogamos dentro das quatro linhas. Mas o povo, como poder moderador, não pode admitir que nenhum de nós jogue fora dessas quatro linhas", prosseguiu Bolsonaro.