Nem Freud explica! Paulo Guedes, responsável pela pasta de Economia e braço incondicional do presidente Jair Bolsonaro, já provou que tem problemas com a maioria da população brasileira, que figura 27 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza.
O ex-docente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro tornou-se campeão de frases polêmicas e infelizes, e o tema permanece o mesmo: a pobreza. Para Guedes, o 'pobre' come demais, gasta demais e reclama demais. O político é, sem dúvidas, um dos tentáculos mais elitistas e preconceituosos do Governo Bolsonaro.
Nem Caco Antibes, personagem do seriado Sai de Baixo!, foi tão longe.
Ontem (25), o Exo. Senhor Ministro avaliou que a conta de luz está leve no bolso do consumidor.
"Se no ano passado, que era o caos, nós nos organizamos e atravessamos, por que vamos ter medo agora? Qual é o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?", disse durante lançamento da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo na Câmara.
No último reajuste da Agência Nacional de Energia Elétrica, o valor extra passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos – um aumento de 52%. Cada residência no país já lida com esse aumento, que deve persistir com a conta de luz medida pela bandeira tarifária vermelha patamar 2 até dezembro de 2021.
Está longe de ser 'um pouco mais cara'.
Guedes acredita que a pandemia da Covid-19 pode trazer aprendizados positivos. Entre eles, a ampliação da renda das famílias que passaram a receber o auxílio emergencial, um resultado de “transferência de riqueza”, e não apenas de renda.
"Você sai de R$ 60 para R$ 600. Uma família sai de R$ 180 para R$ 1.800. Isso não é mais uma transferência de renda, isso é uma transferência de riqueza. A família se sentiu rica".
E ainda acrescentou que o sonho da casa própria está mais próximo devido ao programa de renda.
Sim, com valores que hoje variam entre R$ 150 a R$ 375 mensais.
Em abril, disse que o Fies, programa federal para estudantes de baixa renda financiarem mensalidades do ensino superior, é "bolsa para todo mundo" e "um desastre".
Em reunião do Conselho de Saúde Complementar, expressou que um "filho do porteiro do prédio" tirou zero em todas as provas e conseguiu financiamento no programa - que vale lembrar, não oferece bolsas, e sim vagas a serem pagas posteriormente.
“Os mais pobres estão comprando, estão indo no supermercado, estão comprando material de construção. Então, na verdade, isso é um sinal de que eles estão melhorando a condição de vida”, afirmou Guedes em videoconferência com a Telecomunicações do Brasil em novembro do ano passado.
Segundo dados do IBGE, o preço do arroz e outros alimentos, como a carne, saltaram mais de 30% em um ano: 39,7% no kg do grão e 34,3% no valor das carnes.
Outro item essencial na mesa brasileira é o óleo de soja, que disparou nada menos que 84,3% no último ano.
“Uma festa danada” foi o que disse Guedes, em fevereiro de 2020, se referindo ao câmbio baixo do dólar. Segundo ele, a movimentação da moeda significava importar menos e fazia com que até - pasmem - empregadas domésticas possam visitar a Disneylândia.
Ele afirmou que, com o dólar mais baixo, “todo mundo” estava indo para a Disney, nos Estados Unidos, inclusive “empregada doméstica”. E recomendou que os brasileiros viajem pelo Brasil.