Durante entrevista na GloboNews, a jornalista Andréia Sadi questionou Valdemar em qual medida o projeto de lei que anistia os golpistas do 8 de Janeiro, estava marcado para ser votado nesta terça-feira, 29, está vinculado ao apoio do PL, a maior bancada da Câmara, a um candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Casa. “Eu entendo que não há como incluir o (Jair) Bolsonaro. Seria só aos golpistas”, respondeu Valdemar Costa Neto. “O processo do Bolsonaro nem foi julgado ainda.”
O posicionamento publicado nos perfis institucionais do PL qualifica a depredação do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023 como uma ação “desordenada” que desembocou em condenações “desproporcionais”. “Analisando minha fala, é evidente que não acredito que os eventos de 8 de janeiro tenham se configurado como um golpe de Estado. Na verdade, considero que foram ações desordenadas que, infelizmente, resultaram em condenações severas, chegando a 17 anos de prisão, o que enfatizei durante a entrevista como sendo extremamente desproporcional. Peço desculpas pelo equívoco gerado.”
— Partido Liberal - PL 22 (@plnacional_) October 28, 2024
O perfil do partido também publicou um trecho de uma entrevista em que Valdemar rechaça o uso do termo “golpista” para qualificar vândalos às sedes do Três Poderes. No recorte, o dirigente do PL prefere o uso da expressão “bagunceiro”. “É um golpista com pedaço de pau? Só no Brasil. Golpe é com metralhadora, com tanque de guerra. Aquilo não foi golpe nunca. Aquilo foi um bando de bagunceiros que têm de ser condenados, mas não a 17 anos”, afirmou Valdemar.
Apoiadores do ex-presidente esperavam aprovar o projeto de lei da anistia aos presos do 8 de Janeiro na Comissão de Constituição e Justiça até esta quarta-feira, 30. Se assim ocorresse, restaria apenas a votação no plenário da Casa para que o texto pudesse ir ao Senado.
O presidente da Câmara dos Deputados, no entanto, criou uma comissão especial para analisar o texto. Em tese, o movimento atrasa a tramitação da proposta. Uma comissão especial tem duração de pelo menos 40 sessões do plenário para proferir parecer sobre um projeto.