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09/08/2024 às 14h30min - Atualizada em 09/08/2024 às 14h30min

Presidente do BC será investigado por investir em paraíso fiscal

Em um seminário sobre os cinco anos do Cadastro Positivo, na capital paulista, Campos Neto também afirmou ter observado uma “normalização” dos spreads — diferença entre as taxas de captação e de concessão de crédito pelas instituições financeiras.

Correio do Brasil - História de CdB
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto © Fornecido por Correio do Brasil
Por Redação – de Brasília
 

O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-I) cassou, por unanimidade, a liminar obtida por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), que impedia a investigação sobre suspeita de manter uma empresa no exterior (offshore) em paraíso fiscal, para fugir do regime fiscal brasileiro. O resultado do julgamento foi divulgado nesta quinta-feira.

O nome de Campos Neto foi citado no escândalo conhecido como ‘Pandora Papers’, arquivos que vieram a público sobre milionários que escondem dinheiro em paraísos fiscais. Nesta tarde, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), 
autor de um pedido de investigação contra o economista, na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, comentou a decisão da Justiça.

— Campos Neto conseguiu liminar argumentando que não podia ser investigado com base na Lei de Autonomia do Banco Central. Ele tava querendo fugir de uma investigação séria. É um absurdo um presidente do Banco Central ter offshore, ter recursos que estavam escondidos em paraísos fiscais. Pasmem, as informações que foram apresentadas é que essas empresas têm remuneração pela Taxa Selic. Ou seja, Campos Neto pode ter lucrado com a manutenção de juros altos no Brasil. Isso é muito grave! — ressaltou.

Crédito

Sem comentar o fato de que, doravante, tornou-se um suspeito perante a Justiça brasileira, Campos Neto disse, nesta manhã, ter ficado muito feliz em ver o mercado de crédito voltar a crescer “depois de tantos sobressaltos”.

Em um seminário sobre os cinco anos do Cadastro Positivo, na capital paulista, Campos Neto também afirmou ter observado uma “normalização” dos spreads — diferença entre as taxas de captação e de concessão de crédito pelas instituições financeiras.

Presente ao encontro, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também celebrou a melhora de indicadores de crédito, citando que foram dissipados temores do passado, como a aversão ao risco desencadeada pela crise na Americanas e a recuperação judicial da Oi.


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