Com medo de ser preso por conta das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida no final de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais neste sábado (6) para mais uma vez desafiar os poderes da República e convocar seus apoiadores para uma manifestação em sua defesa. Com poucas chances técnicas de se safar da Papuda, o inelegível agora tenta se defender aumentando o custo político da sua prisão.
De acordo com seu depoimento gravado em vídeo, o encontro bolsonarista ocorrerá na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 21 de abril – feriado nacional de Tiradentes – e será um repeteco do que foi visto em 25 de fevereiro em São Paulo. Até mesmo a participação do pastor Silas Malafaia como um dos principais nomes do evento se repetirá.
“Estou te convidando para uma grande manifestação no Rio de Janeiro, na Praia de Copacabana. Estaremos dando continuidade ao que aconteceu em São Paulo, no dia 25 de fevereiro. Estamos discutindo, levando informações para vocês, juntamente com autoridades e o pastor Silas Malafaia, sobre o nosso Estado Democrático de Direito”, disse Bolsonaro.
Investigado pela Polícia Federal e pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o objetivo do inelegível também é convocar sua claque de extremistas para impor a narrativa de que as minutas golpistas encontradas consigo e com seus aliados se tratariam da “maior fake news da história”.
“Também falaremos sobre a maior fake news da história do Brasil, que está resumida hoje na minuta de golpe. Vamos lutar pela nossa democracia e nossa liberdade”, acrescentou.
Bolsonaro é investigado pela Operação Tempus Veritatis ao lado de ex-comandantes das Forças Armadas, ex-ministros e aliados pela tentativa de golpe. O objetivo deles era evitar a posse de Lula (PT) em primeiro de janeiro de 2023 e prender os ministros do STF. Três minutas golpistas foram encontradas, nesse meio tempo, com Bolsonaro e seus aliados. Em 8 de fevereiro, ele foi alvo de busca a apreensão em sua residência de Angra dos Reis, no litoral fluminense. Na mesma data foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e 4 de prisões preventivas.
Mesmo com todo esse contexto, o ex-presidente não pediu aos seus apoiadores – como havia feito em fevereiro – para evitarem colocar ataques ao STF e chamamentos às Forças Armadas em pauta. O inelegível alega que nunca liderou qualquer tentativa de golpe de Estado.