27/03/2024 às 19h58min - Atualizada em 27/03/2024 às 19h58min
PF descobre que Bolsonaro mandou espionar até seus ministros militares
De acordo com os indícios levantados, o general foi acompanhado por meio do programa de espionagem ‘FirstMile’, que rastreava a localização de celulares. Nos dados obtidos pela investigação, um número de celular associado a Heleno foi consultado 11 vezes no programa espião, em maio de 2020.
Por Redação - de Brasília
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A chamada 'Abin paralela' monitorou os passos do então ministro Augusto Heleno © Fornecido por Correio do Brasil Nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre os episódios de arapongagem no governo passado, um relatório vazado nesta quarta-feira para a mídia conservadora revelou que até o general Augusto Heleno, aliado de Jair Bolsonaro (PL), foi alvo de monitoramento ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O episódio ocorreu, segundo a PF, durante seu comando no Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
De acordo com os indícios levantados, o general foi acompanhado por meio do programa de espionagem ‘FirstMile’, que rastreava a localização de celulares. Nos dados obtidos pela investigação, um número de celular associado a Heleno foi consultado 11 vezes no programa espião, em maio de 2020.
Desconfiança
O aparelho telefônico sob vigilância era de uso funcional, vinculado a assuntos de trabalho e não registrado em nome do militar, possivelmente para evitar rastreamento direto. Esse fato sugere que alguém próximo ao ex-ministro tinha conhecimento do uso de tal dispositivo.
A inclusão de Heleno como alvo da chamada ‘Abin paralela’, que teria realizado atividades de espionagem ilegal, surpreendeu até mesmo os investigadores federais. Os agentes policiais levam em conta que o monitoramento de Heleno pode ter sido motivado pela desconfiança de Bolsonaro em relação a seus aliados próximos.
Pouco antes da espionagem pela Abin, o ex-juiz parcial e incompetente, ex-ministro da Justiça durante alguns meses na gestão passada, Sergio Moro (UB-PR), hoje senador, havia pedido demissão, ao acusar Bolsonaro de interferir na PF.
Tanto a defesa do ex-ministro quanto a Abin não comentaram sobre os fatos.