O nome do ministro da Defesa tem sido citado como um dos que podem deixar o governo na reforma ministerial, embora não haja, da sua parte, decisão tomada. Múcio tornou-se ministro a convite de Lula, que via nele a capacidade de fazer o que, de certa maneira, deveria ser executado ao longo de 2023: pacificar a caserna e criar um ambiente de respeito ao governo Lula, sem golpismos ou insubordinações.
Aparentemente, a missão do ministro foi conquistada, com a volta das Forças Armadas às casernas. Múcio, no entanto, tem reclamado que se sente sozinho no governo. Nos bastidores, não faltam comentários sobre a falta de cooperação entre os ministros e das críticas permanentes do PT. A saída de Flávio Dino, que ele tinha como seu grande aliado, foi outro fato que o fez ponderar sobre a permanência no governo, para o próximo ano.
Lula está satisfeito com Múcio e não gostaria de sua saída, mas tampouco age para cessar as críticas ou para pedir que haja uma mudança de postura de alguns ministérios na relação com os militares. Na Defesa, a reclamação é que há uma relação difícil de algumas pastas com os fardados.
Múcio tem dito, a interlocutores, que gostou do ministério e de seus temas, e que valeria ficar para trabalhar pela aprovação de duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que seriam um marco de sua gestão. A primeira é a que vetaria militares na política. Quem decidisse se candidatar seria automaticamente transferido para a reserva.
A outra a proposta, apresentada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) e que deve ser abraçada pelo governo, estabelece que pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior sejam destinados para o orçamento da Defesa nacional. Haveria um aumento gradual, ano a ano, até se chegar a esse patamar.
Outros ministros, no entanto, constam na lista de possíveis substituições, entre elas a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. A presença de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Nísia Trindade (Saúde) e Camilo Santana (Educação), no entanto, está aparentemente assegurada, em face da desenvoltura que assumiram diante de pastas estratégicas para o presidente.