Com a instalação da CPI da Braskem marcada para a próxima terça-feira (12), o vice-presidente da Braskem, Marcelo Arantes, informou, em entrevista à CNN Brasil, que a petroquímica irá colaborar com o andamento da investigação. A comissão vai apurar a responsabilidade da empresa no afundamento do solo em quatro bairros de Maceió.
A sessão inaugural deverá começar às 15h. A data foi definida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
De acordo com Arantes, a petroquímica tem atuado com as autoridades desde 2019, com documentações e informações necessárias para avaliar a situação. "Caso seja instalada a CPI, a Braskem terá a mesma atitude e colaborará com o processo", disse.
Ainda na entrevista, o vice-presidente lembrou que mineração na área existe desde 1970 e que as normas técnicas foram respeitadas. "Somente a partir de 2018 é que, após um terremoto, apareceram algumas rachaduras e começou um novo processo de analisar a extração de sal naquela região."
Até o momento, mais de R$ 4 bilhões já foram pagos para moradores e empresários dos bairros Pinheiro, Mutange, Bom Parto e Bebedouro, conforme dados apresentados por Arantes. Pelo menos 40 mil pessoas foram realocadas e 99% aceitaram a proposta de compensação.
Até o momento, nove senadores foram indicados, incluindo o próprio autor da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), dos 11 titulares necessários para a instalação: Efraim Filho (União-PB), Cid Gomes (PDT-CE), Omar Aziz (PSD-AM), Rodrigo Cunha (Podemos-AL), Jorge Kajuru (PSB-GO), Eduardo Gomes (PL-TO) e Wellington Fagundes (PL-MT). Entre os suplentes estão Magno Malta (PL-ES), Fernando Farias (MDB-AL), Cleitinho (Republicanos-MG), Leila Barros (PDT-DF) e Jayme Campos (União-MT).
O PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), apontou Dr. Hiran (RR) e os blocos Parlamentar Democracia – composto de MDB, União, Podemos, PDT – e o Resistência Democrática – formado por PT, PSD, PSB – ainda devem indicar um e dois membros, respectivamente.
ALERTA DE COLAPSO
No último dia 29 de novembro, a Defesa Civil Municipal emitiu um alerta para o risco de colapso da mina 18, mantida pela Braskem, no Mutange. Desde então, a área, localizada próximo ao antigo campo do CSA, está em monitoramento constante.
Segundo Marcelo Arantes, "todos equipamentos instalados na região só apontam algum tipo de movimento na cavidade 18". Ele ainda informou que, das 35 minas, nove precisavam passar pelo preenchimento com areia.
"Delas, cinco já foram com processo concluído e uma estava pressurizada. Faltavam três. Uma delas a cavidade 18", disse o vice-presidente da empresa.
A Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias. O documento foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Município.