Na avaliação de Tarcísio, segundo assessores, o desempenho das candidaturas de esquerda na capital paulista, desde 2020, tem pesado a favor da campanha de Boulos.
No ano passado, o presidente Lula (PT) conquistou mais votos do que Bolsonaro na cidade e, mesmo derrotado, Fernando Haddad (PT), atual ministro da Fazenda, também teve desempenho superior ao de Tarcísio nas urnas paulistanas na disputa ao governo estadual.
O próprio desempenho de Boulos em 2022, eleito o deputado federal com mais votos no estado, também é lembrado pelo governador, assim como a campanha do psolista à Prefeitura em 2020, que terminou com ele derrotado por Bruno Covas (PSDB) no segundo turno por uma diferença de 1 milhão de votos.
Tarcísio já sinalizou apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que ofereceu a ele a indicação da vaga de vice na chapa.
Para aliados, Nunes não é visto como a opção “ideologicamente ideal”, mas entendem os argumentos do governador de que o prefeito é a opção moderada com maior possibilidade de diálogo com o Palácio dos Bandeirantes e a menor rejeição de eleitores identificados com a centro-esquerda.
Salles projeta campanha em SP sem “discurso vaselina” e já sonda vice
Para Tarcísio, é importante que a próxima gestão mantenha uma parceria similar à que ele vive atualmente com Nunes, de quem se aproximou nos últimos meses, sobretudo no que diz respeito às tentativas de enfrentar o problema da Cracolândia, no centro da capital.
Caso Boulos seja eleito, segundo assessores, Tarcísio tem receio de que boa parte de seus projetos enfrentem maior resistência na capital. Isso inclui a agenda de privatizações do governo, como a Sabesp, que tem no contrato com a Prefeitura da capital sua principal fonte de receita.