“Golpe? Desde quando assumi me acusavam de querer dar um golpe. Uma CPMI cujo relatório é tão desqualificado quanto a senadora relatora daquela CPMI, a serviço do Ministro da Justiça”, afirmou Bolsonaro.
Por meio de uma nota, Eliziane respondeu que as palavras de Bolsonaro “não valem nada” e que o ex-presidente estaria “com medo de ser preso”. A senadora também ressaltou as conclusões do seu relatório final, que aponta a participação do ex-chefe do Executivo em uma tentativa de golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado.
“Bolsonaro foi o pior presidente da história do Brasil. Suas palavras ditas em ato hoje em Goiânia não valem nada, não me atingem. Mulher e nordestina sempre foram um alvo preferido pra ele, já agredira antes a imprensa livre, os negros e os pobres, e tentou liderar um golpe no Brasil. Bolsonaro está inelegível por 8 anos. O relatório da CPMI foi incorporado em sua totalidade às investigações do STF. Está com medo de ser preso e por isso fala tanta bobagem”, afirmou a senadora.
Senadora apontou Bolsonaro como autor intelectual dos ataques em Brasília
No relatório final da CPMI, que foi aprovado no último dia 18 por 20 votos a 11, Eliziane sugeriu o indiciamento de Bolsonaro nos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Juntas, as penas máximas somam 29 anos de prisão.
A relatora também propôs o indiciamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), de militares como o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e agentes da segurança pública do Distrito Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Também estão na lista o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Nesta quarta-feira, 25, Gama e parlamentares governistas entregaram o relatório final para os órgãos competentes por dar encaminhamento às denúncias. A última parada foi no Tribunal de Contas da União (TCU), onde o presidente Bruno Dantas garantiu que as informações do documento serão esmiuçadas para eventualmente instaurar novos processos de investigação.