De acordo com informações divulgadas pelo blog da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, fontes próximas à investigação revelaram que as conclusões resultantes das descobertas feitas tanto no inquérito relacionado aos eventos de 12 de dezembro quanto no inquérito do dia 8 de janeiro, juntamente com as ações da Polícia Rodoviária Federal e as atividades das milícias digitais, sugerem que havia dois grupos operando simultaneamente.
Por um lado, havia o grupo operacional, responsável pelo planejamento de manifestações, bloqueios em rodovias e distúrbios, como os ocorridos em 12 de dezembro. Nesse dia, carros e ônibus foram incendiados na região central de Brasília após a detenção de um líder indígena por envolvimento em atos antidemocráticos.
O segundo grupo era de natureza política e estava focado em criar um tipo de “arcabouço legal” que justificaria a implementação de medidas excepcionais assim que uma dessas iniciativas de distúrbio “popular” tivesse êxito.
Os documentos, como a “minuta do golpe” encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o texto que, segundo o relato do ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, teria sido debatido com os comandantes das Forças Armadas, faziam parte desses esforços.