“Ele (Alan) abaixou o vidro, pegou a sacola no banco traseiro, tirou uma caixa e jogou em cima do para-lama do caminhão. Eu perguntei o que estava acontecendo e ele falou: ‘Eu vou explodir o caminhão’. Eu entrei em desespero, porque ainda tinha uma mochila no banco traseiro, que eu imaginei que tivesse mais coisa dentro dela”, disse.
Na época, Wellington Macedo estava sendo monitorado com tornozeleira eletrônica pela Polícia Federal (PF). A medida cautelar foi imposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em substituição da prisão preventiva no inquérito das manifestações do Dia da Independência de 2021.
No depoimento, Wellington Macedo afirmou que só soube de George Washington após o episódio. “Eu nunca estive com aquele senhor. Não o conhecia. Nem mesmo o seu contato telefônico eu tinha. Eu fui saber da sua existência depois das notícias dos fatos”, disse.
Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, George Washington afirmou ter fabricado a bomba e entregado o artefato a Alan Diego, insistindo para que ele instalasse o dispositivo em um poste de energia. Alan Diego, entretanto, mudou os planos e levou o objeto para o aeroporto com o auxílio de Wellington Macedo, que foi responsável por dirigir até o local. Em depoimento, George Washington ainda disse que ficou sabendo pela TV que o destino final da bomba havia sido alterado.
Os três foram condenados em agosto por participarem da tentativa de explodir o caminhão perto do aeroporto na capital federal, uma semana antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência.
Wellington Macedo estava foragido da Justiça brasileira, mas foi preso em setembro no Paraguai em uma operação conjunta da Polícia Nacional paraguaia com a PF.
Silêncio no Congresso
No final de setembro, o blogueiro optou por ficar em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, no Congresso, quando foi convocado a depor. Em pronunciamento inicial, afirmou que ia colaborar com o colegiado, em outro momento, quando a defesa tivesse acesso às investigações contra ele.
“Vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso ao autos acusatórios contra essa pessoa que aqui está, que até hoje tem pago o preço tão alto, de tanta humilhação. Quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui, que vou colaborar com vocês respeitosamente. É só isso que tenho a falar”, disse.