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14/09/2023 às 19h24min - Atualizada em 14/09/2023 às 19h24min

STF forma maioria para condenar 3º réu julgado pelos atos de 8/1

Matheus Lima de Carvalho Lázaro foi condenado por participar dos ataques criminosos contra as sedes dos Três Poderes

Lucas Mendesda CNN em Brasília
https://www.cnnbrasil.com.br
Sessão plenária do STF Carlos Moura/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem maioria de votos nesta quinta-feira (14) para condenar Matheus Lima de Carvalho Lazaro pela sua participação nos atos de 8 de janeiro.

Lázaro é o terceiro réu acusado de atuar na execução do vandalismo nas sedes dos Três Poderes a ser julgado pela Corte. Ele invadiu o Congresso em 8 de janeiro, e foi preso na região da Praça do Buriti, a cerca de 5 quilômetros do centro dos ataques.

Por enquanto, há maioria para condenação nos crimes de deterioração ao patrimônio e de dano qualificado. Os ministros continuam julgando o caso.

Relator da ação, o ministro Alexandre de Moraes mostrou diversas mensagens trocadas por Lázaro com sua esposa, no momento dos atos.

Em trocas de áudio, o réu narra e registra toda sua ação, desde a marcha na Esplanada dos Ministérios, até a invasão do Congresso.

Nos diálogos, ele defende o acionamento das Forças Armadas para ter “reforma” e “guerra” e diz que não se trata mais de manifestação pacífica.

Em áudio enviado às 16h36, Lázaro disse para ela que “tem que quebrar tudo, pra ter reforma, pra ter guerra … Pro exército entrar”.”A gente tem que fazer isso aí pro exército entrar, e todo mundo ficar tranquilo. O exército tem que entrar pra dentro”, afirmou na ocasião.

Ele também disse à mulher que era preciso uma intervenção militar para o Exército tomar o poder. Lázaro segue preso. De dentro da Papuda, não viu o nascimento do seu primeiro filho, em 29 de junho.

Conforme Moraes, “não há nenhuma dúvida do robusto conjunto probatório” sobre as acusações imputadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O réu foi denunciado pelos crimes de:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
  • Deterioração de patrimônio tombado;
  • Associação criminosa armada.

“[Os invasores] só saíram na hora que o [Batalhão de] Choque chegou. E num primeiro momento, quando chegou a polícia, eles conseguiram expulsar a polícia. Postou na internet, no status do WhatsApp e Instagram”, disse Moraes.

Quem é

Com 24 anos de idade, Matheus Lázaro mora em Apucarana (PR) onde trabalha de entregador. Veio de ônibus de sua cidade até Brasília, e disse em depoimento que pagou pelas despesas da viagem.

Chegou na capital federal na manhã de sábado de janeiro, e montou acampamento na região do QG do Exército. A alimentação ficou por conta dos organizadores, que forneciam comida em refeições periódicas servidas em barracas no local.

No domingo, 8 de janeiro, conforme o depoimento, caminhou em direção à Esplanada dos Ministérios. Ele disse que já havia muitas pessoas na Praça dos Três Poderes e dentro do Congresso, no momento em que chegou no local. Ele subiu a rampa da sede do Legislativo e ficou no teto do edifício, ao lado das cúpulas, orando e registrando o movimento com celular.

Lázaro também entrou no Congresso quando o local já estava tomado por manifestantes. Ele circulou dentro de algumas salas. Quando policiais começaram a jogar bombas, ele resolveu voltar ao acampamento, subindo de volta pelo Eixo Monumental pelo mesmo caminho que havia feito horas antes.

Na altura do estádio Mané Garrincha, Lázaro foi abordado por policiais militares e começou a correr. Foi preso por policiais na região da Praça do Buriti. Ele estava carregando um canivete.


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