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13/08/2023 às 14h24min - Atualizada em 13/08/2023 às 14h24min

Superintendente do Ibama é suspeito de perseguir servidor com autismo

Ele ainda é investigado por denúncias de abuso e assédio moral feitas por assistentes administrativas

Gazetaweb
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Superintendente do Ibama é suspeito de perseguir servidor com autismo
Além de ser investigado por denúncias de abuso e assédio moral feitas por assistentes administrativas, o superintendente do Ibama em Alagoas, Rivaldo Couto dos Santos, também é suspeito de perseguir um servidor do quadro efetivo do órgão, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Ele está afastado da rotina de trabalho por recomendação médica e diz que, por causa da perseguição, desenvolveu episódio depressivo moderado e transtorno de ansiedade generalizada.


Reprodução vídeo
 

Elves André Rodrigues é técnico ambiental e diz que recorreu à Corregedoria do Ibama e ao Ministério Público Federal (MPF) para relatar o clima de hostilidade que vivencia desde que tomou posse, em julho de 2022. Ele revela que foi agredido por uma servidora, que seria ligada ao superintendente, mas a investigação interna foi arquivada.

Esta agressão foi denunciada à Polícia Federal (PF), inclusive com um vídeo gravado a partir de imagens captadas por câmeras de segurança.

“Entrei no Ibama pela vaga de PCD (Pessoa com Deficiência) e era de conhecimento de todos a minha condição de pessoa autista (TEA). As perseguições começaram em outubro de 2022, quando fui nomeado ao cargo de chefe de divisão, cargo este ocupado pelo Rivaldo anteriormente”, afirmou.

Ele conta que, assim que começou a trabalhar no novo cargo, percebeu que várias informações tinham desaparecido. Seriam dados considerados fundamentais para categorização e detalhamento dos processos.

“O fato dessas informações serem apagadas prejudicou o andamento de alguns processos, principalmente em relação a prazos. Além disso, não existia necessidade dessas informações serem apagadas, a não ser para me prejudicar e, assim, prejudicar o bom andamento do serviço público. Dentro do sistema, inclusive, havia processos de alta prioridade, como operações e investigações em cooperação com a Polícia Federal e o MPF. Consegui visualizar que todas essas informações foram apagadas pelo perfil do Rivaldo”, revela.

Além desse episódio, Elvis relata que passou por várias situações envolvendo o grupo de servidores que apoiam Rivaldo Couto no Ibama.

“Infelizmente, existe um grupo de funcionários que tomaram as dores da exoneração do Rivaldo ao cargo de chefia e não aceitavam que eu era o novo chefe da divisão Técnico-Ambiental. Muitos chegaram a mim para declarar sua insatisfação. Inclusive, fui agredido fisicamente por uma servidora efetiva ao passar uma ordem de serviço, esta que já tinha sinalizado sua indignação sobre minha posse ao cargo de chefia”, comenta.

Ele disse que reuniu provas da agressão física e ingressou com um processo administrativo disciplinar na Corregedoria. O corregedor-chefe do Ibama, Edilson Francisco da Silva, julgou como uma "brincadeira" e arquivou o processo. O inquérito policial da Polícia Federal classificou a situação como desacato. O corregedor questionou o porquê da minha resposta à agressão ter sido o sorriso. Justifiquei que, por conta do autismo, eu tive dificuldade de entender o que estava acontecendo. O chefe disse dentro do processo que eu estava usando o autismo para prejudicar a outra servidora”, expôs.

De acordo com o servidor, a perseguição e a agressão física repercutiram em sua saúde mental. “Tenho medo de voltar ao Ibama e ainda ser prejudicado de alguma forma. Em 11 anos de serviço público em outras instituições, nunca vivi em um ambiente tão hostil”, completa.

OUTRAS DENÚNCIAS

No âmbito do MPF, Rivaldo está sendo investigado após denúncias feitas por funcionárias terceirizadas, relatando perseguição e assédio moral.

A denúncia sobre os abusos supostamente praticados pelo superintendente partiu de duas assistentes administrativas. Elas relatam que Rivaldo Couto enviou um e-mail para a empresa - que intermediou a contratação -, pedindo a substituição das funcionárias após o término do contrato de experiência inicial, alegando situações que não eram verdade, segundo outro funcionário do Ibama, que saiu em defesa das assistentes.

“Estou fazendo questão de levar essa situação adiante porque as informações negativas que foram passadas à empresa sobre meu trabalho não procedem, então não posso admitir e ficar calada, por mais que esteja me sentindo intimidada dentro de um ambiente onde sempre procurei respeitar a todos e desenvolver minhas atividades, apesar do clima de hostilidade que ronda dentro do ambiente, vindo de quem deveria servir como exemplo”, disse uma das servidoras.

As alegações apresentadas pelo superintendente substituto foram feitas à empresa LBM, responsável pela contratação das assistentes. Já as assistentes administrativas, que apresentaram experiência para a ocupação do cargo, relataram angústia e perseguição, situações corriqueira dentro do órgão federal. O caso também foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

Rivaldo Couto assumiu o cargo com a exoneração de Kenny Wilson, nomeado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Superintendência Regional do Ibama em Alagoas ainda não se pronunciou.


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