Lula e Lira já se entenderam, e não foi na última quarta-feira à noite ao se reunirem no Palácio da Alvorada. A reunião serviu para tomarem uísque, comerem salgadinhos e jogarem conversa fora. O acordo para a entrada do Centrão no governo fora fechado antes.
O PT, comandado pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), jamais foi obstáculo para que Lula fizesse o que quer. Lula é maior do que o PT, e à sua sombra, ninguém se criou como alternativa a ele. Seis vezes candidato a presidente, será de novo em 2026.
O PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, é que está inconformado com o sacrifício que terá de fazer para que o governo construa uma base mais ampla de apoio no Congresso.
Não é Alckmin o inconformado, mas o PSB, que com 15 deputados federais detém três ministérios. Alckmin abdicará do seu sem fazer cara feia, se esse for o desejo de Lula. A princípio, improvável que seja. Flávio Dino (PSB-MA), ministro da Justiça, é irremovível.
Quanto a Márcio França (PSB-SP), ministro de Portos e Aeroportos, olho nele. Olho em Ana Moser, ministra dos Esportes, sem partido, escolha pessoal de Lula para o cargo. Olho em Luciana Santos (PCdoB-PE), ministra da Ciência e Tecnologia.
Até o final de agosto, ou antes disso, tudo estará consumado.