O ciclone extratropical que atinge as regiões Sul e Sudeste do Brasil começará a se afastar totalmente para o alto-mar nesta sexta-feira (14), segundo informações da Climatempo. Entretanto, além do rastro de destruição deixado, ao menos quatro pessoas morreram durante a passagem do fenômeno meteorológico – duas em São Paulo, uma em Santa Catarina e uma no Rio Grande do Sul.
Até o momento, estima-se que 52 municípios gaúchos tenham sido atingidos pelo ciclone, deixando 234 pessoas desabrigadas e 331 desalojadas. Outros 17.399 habitantes do estado foram afetados pelo evento climático. Os conceitos de desabrigado e desalojado são diferentes. Desabrigado é aquele que perdeu a casa e está em um abrigo público. O desalojado teve de deixar sua casa – não necessariamente a perdeu – e não está em abrigos, mas sim na casa de um parente, amigo ou conhecido, por exemplo.
Terreno arrasado em Horizontina - RS.
Crédito: Soldado NagelAs nuvens de chuva que estão sob São Paulo e Mato Grosso do Sul avançarão durante o dia para o Rio de Janeiro, parte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Ainda ventará forte na costa do Sul e do Sudeste, deixando o mar agitado.
A capital paulista amanheceu nesta sexta com o céu claro e baixas temperaturas, com a média de 11 °C, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE).
No decorrer do dia, o sol aparece, mas a temperatura não sobe muito. A máxima não passa dos 16 °C. Porém, a sensação térmica será de mais frio. A cidade não registra mais rajadas de vento em função do afastamento do ciclone.
Nos próximos dias, as madrugadas serão geladas na cidade. A média da temperatura mínima oscila em torno dos 9 °C. Contudo, nos bairros mais distantes do centro expandido, as mínimas serão ainda mais baixas.
Neste sábado (15), o sol e o céu claro predominam. Os termômetros oscilam entre a mínima de 9 °C na madrugada, e a máxima de 19 °C à tarde.
As aulas na rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul serão retomadas nesta sexta. As atividades foram paralisadas na última quarta-feira (12) devido à passagem do ciclone que atinge o estado.
“A exceção é para escolas cuja estrutura tenha sofrido algum dano. Nessa situação, as aulas serão remotas”, explicou o governador em exercício, Gabriel Souza (MDB).
As aulas retornam em toda a rede estadual de ensino nesta sexta-feira (14). As atividades estavam suspensas desde a noite da última quarta-feira (12), devido ao ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul. pic.twitter.com/mEa9oER2b5
— Governo do Rio Grande do Sul (@governo_rs) July 13, 2023
Meteorologistas ouvidos pela CNN explicaram que os ciclones extratropicais não são incomuns nesse período do ano, mas se formam, geralmente, com maior incidência no oceano.
Esse ciclone, entretanto, se formou no continente, atingindo área de terra muito maior do que o comum.
Não há previsão para ciclones com a mesma intensidade nos próximos dias. Outros podem se formar até agosto, mas ainda não é possível prever a força deles.
Ainda assim, entrevista à CNN nesta quinta, Gabriel Souza (MDB), governador em exercício do Rio Grande do Sul, afirmou que são esperados mais eventos climáticos até setembro.
Segundo a Climatempo, um ciclone extratropical é uma área de baixa pressão atmosférica onde os ventos giram ao redor de um centro, sempre no sentido horário, no caso do Hemisfério Sul, formando um círculo completo.
A empresa informa que, “quanto mais baixa a pressão do ar no centro do ciclone, mais fortes são os ventos e maior o potencial para o desenvolvimento de nuvens muito extensas, que provocam chuva volumosa e forte, ventania, raios e eventualmente granizo”.
O que fazer em caso de vendaval, como o provocado pelo ciclone?
VÍDEO – Entenda como se comporta um ciclone extratropical
Entenda como se comporta um ciclone extratropical | CNN PRIME TIME
(Com informações de Flávio Ismerim e Gabriel Ferneda e Tiago Tortella)