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10/07/2023 às 21h49min - Atualizada em 10/07/2023 às 21h49min

Influenciadores digitais incentivaram e lucraram com os atos de 8 de janeiro, diz Abin

Relatórios produzidos pela agência mostram o papel dos influenciadores no fortalecimento de narrativas e canalização de queixas

Redação
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Mais de 1,3 mil pessoas foram denunciadas por envolvimento nos atos do dia 8 de janeiro Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Relatórios elaborados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontam que influenciadores digitais desempenharam um papel crucial na radicalização que culminou na invasão das sedes dos três Poderes, além de terem lucrado com os ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Os documentos foram fornecidos à CPI que investiga os atos no Congresso Nacional.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Abin identificou o papel dos influenciadores digitais no fortalecimento de narrativas, na canalização de queixas e ressentimentos em críticas políticas contra governos e instituições, bem como no estímulo à polarização e incitação à violência entre outras pessoas.

"[Eles] auxiliam na criação de uma visão polarizada, que a partir dela a hostilidade é direcionada a um alvo cuja existência é considerada uma ameaça. Ainda que indivíduos com esse perfil geralmente não participem de ações com maior grau de violência, sua função é essencial para incitar outras pessoas a realizarem atos de extremismo violento", diz.

Uma das pessoas mencionadas pela Abin é Adriano Luiz Ramos de Castro, conhecido por ter participado da primeira edição do Big Brother Brasil. De acordo com a agência, ele esteve presente no acampamento golpista em frente ao Comando Militar de Salvador, participou da invasão das sedes dos Três Poderes e realizou transmissões ao vivo desses eventos por meio do YouTube.

Já a youtuber Elaine Helena Roque retransmitiu e fez comentários ao vivo em seu canal no YouTube sobre os ataques ocorridos em 8 de janeiro. O vídeo, que já foi apagado, alcançou mais de 42 mil visualizações e gerou dividendos pagos pelo YouTube, conforme relatado pela agência.

O vereador Genival Fagundes (PL), de Planaltina de Goiás, também realizou transmissões ao vivo e presenciais da invasão através do YouTube. Embora o canal tenha sido desativado pelo próprio vereador, estima-se que ele tenha obtido um faturamento mínimo de R$ 135 mil, de acordo com os dados da agência.

"A transmissão rendeu dividendos pagos pela plataforma ao canal de Genival Fagundes, Política sem Curva. Enquanto transmitia, Fagundes narrava atos e exaltava os invasores, defendia a ação e orientava os participantes", descreve o relatório.


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