Nesta quinta (7), a 7ª Vara Criminal da Capital, onde tramita o processo, publicou o relatório do caso. O júri popular vai ser no Fórum do Barro Duro, também na capital alagoana. De acordo com o processo, seis pessoas serão ouvidas, entre elas o sobrevivente do crime.
O documento relata que, no dia 15 de outubro de 2019, por volta de 1h30 da madrugada, em uma zona de mata por trás da sede da empresa Braskem, no bairro Pontal da Barra, o policial, mediante grave ameaça, estuprou a jovem Aparecida Rodrigues Pereira, de 18 anos.
Após o crime, ele a matou com dois tiros. Na mesma ocasião, Josevildo Valentim atirou contra Agnísio dos Santos Souto, que sobreviveu após fingir estar morto.
Segundo narra a denúncia, já no início da madrugada, as vítimas estavam conversando na porta da casa de Aparecida, na Ponta Grossa, quando, de repente, o policial passou de carro e parou, mostrando um revólver calibre 38 para as duas. Em seguida, ele teria ordenado que os dois entrassem no carro. Agnísio foi colocado na mala e Aparecida foi no banco do passageiro.
O policial seguiu com as vítimas no interior do veículo até um local ermo, onde ele estuprou Aparecida sob a mira de uma arma. Agnísio foi mantido na mala do automóvel.
Após o estupro, o policial tirou Agnísio da mala do carro e teria mandado que a mulher praticasse sexo oral nele. Nesse momento, de acordo com o inquérito, o PM atirou contra Aparecida, que caiu e morreu no local.
Logo em sequência, o PM teria atirado também contra o homem, que caiu e fingiu estar morto. Consta na denuncia que, na manhã do dia seguinte, por volta das 7h10, o policial voltou à cena do crime para atestar o óbito das vítimas, quando se deparou com uma ambulância e foi embora.
A polícia chegou ao acusado a partir de uma informação recebida via Disque-denúncia (181). Ele foi reconhecido pela vítima sobrevivente. Em cumprimento de mandado de busca e apreensão e de prisão preventiva, a Polícia Civil encontrou e apreendeu, na residência do militar, o par de sandálias utilizadas por Aparecida, além de estojos de munições deflagradas no assassinato.
Em depoimento à polícia, o militar confessou os crimes. A esposa do acusado informou, também em depoimento, que ele já havia contado todo o crime para ela.