A Rússia rebateu neste sábado (27) as críticas do presidente norte-americano, Joe Biden, aos planos de Moscou de colocar armas nucleares táticas em Belarus. Moscou argumenta que Washington já posiciona armas nucleares exatamente como essas na Europa há décadas.
A Rússia afirmou na quinta-feira (25) que avançaria com seu primeiro destacamento de armas nucleares fora de suas fronteiras desde a queda da União Soviética em 1991, e o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, disse que as armas já estavam em movimento.
Biden disse na sexta-feira (26) que teve uma reação “extremamente negativa” aos relatos de que a Rússia avançou com o plano de posicionar armas nucleares em Belarus.
O Departamento de Estado dos EUA denunciou o plano de destacamento nuclear da Rússia.
“É direito soberano de Rússia e Belarus garantir sua segurança pelos meios considerados necessários em meio a uma guerra híbrida em grande escala desencadeada por Washington contra nós”, disse a embaixada da Rússia nos Estados Unidos em um comunicado.
“As medidas que tomamos são totalmente consistentes com nossas obrigações legais internacionais.”
Os Estados Unidos disseram que o mundo encara o maior risco nuclear desde a Crise dos Mísseis Cubanos de 1962 por causa dos comentários do presidente Vladimir Putin durante o conflito na Ucrânia, mas Moscou disse que a sua posição tem sido mal interpretada.
Putin, que enquadrou a guerra na Ucrânia como uma luta pela sobrevivência da Rússia contra um Ocidente agressivo, alertou repetidas vezes que a Rússia, que tem mais armas nucleares do que qualquer outro país, usará todos os meios para se defender.
Armas nucleares táticas são usadas para ganhos táticos no campo de batalha e são geralmente menores do que as armas nucleares estratégicas projetadas para destruir cidades dos EUA, da Europa ou da Rússia.
A embaixada russa chamou as críticas dos EUA ao destacamento planejado por Moscou de hipócritas, dizendo que “antes de culpar os outros, Washington poderia fazer um pouco de introspecção”.