Pressionada, a parlamentar publicou um vídeo explicando a causa da viagem, alegando estar em uma "missão" ao país, agendada desde o final de 2022. Alguns internautas passaram a ironizar a coincidência.
“Depois de receber R$ 150 mil em doações de trouxas bolsonaristas, Carla Zambelli vai espairecer com os bolsos cheios numa viagem internacional. Quem nunca, não é mesmo?”, escreveu um perfil no Twitter. Outro internauta debochou: “Precisa de um Pix para voltar?”.
A vaquinha virtual foi lançada na última quinta-feira, quando Zambelli divulgou uma chave Pix e pediu ajuda aos seus apoiadores para pagar as multas mantidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela veiculação de notícias falsas sobre Lula e a indenização à ex-deputada Manuela D’Ávila. A meta de R$ 100 mil foi batida no mesmo dia.
Em resposta, a deputada afirmou que a viagem está sendo custeada pela Universal Peace Federation (UFP), uma organização internacional e inter-religiosa, segundo informações da corporação. Zambelli diz ser Embaixadora da Paz da instituição desde 2018.
— A missão oficial foi autorizada pela Câmara, as passagens e hospedagens estão custeadas pela Universal Peace Federation, organizadores da Cúpula Mundial de 2023 da Federação para a Paz Mundial (UPF) em 20 de julho de 2018 — disse Zambelli em postagens relacionadas à viagem.
A ida da parlamentar, contudo, também não foi bem vista por alguns apoiadores. Uma internauta que se declarou “fã” do trabalho de Zambelli criticou a viagem ao país asiático, alegando que não “acha correto fazer vaquinha para se manter enquanto viaja”: “Se está passando ‘necessidades’ como disse, não tem que ir nessas viagens, mesmo a trabalho”, frisou.
Deputada reeleita pelo PL de SP, Carla Zambelli afirmou na semana passada, ao abrir a vaquinha, que pagou um total de R$ 54 mil em indenizações, somente no mês de abril, o que a levou a pegar empréstimos bancários.
No caso do TSE, as decisões questionadas foram dadas pelo ministro Alexandre de Moraes durante a campanha eleitoral de 2022, e agora confirmadas pelo plenário, que julgou recursos de Zambelli e também do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), multados em R$ 30 mil e R$ 15 mil, respectivamente.
Segundo a coligação Brasil da Esperança, as publicações atribuíram a Lula supostos atos de corrupção e crimes financeiros cujos prejuízos seriam custeados pelas pessoas aposentadas.
Em relação à Manuela D'ávila, Zambelli foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a pagar uma indenização por danos morais de R$ 20 mil, após associar a ex-parlamentar com a "esquerda genocida".