247 - O jornal estadunidense The Washington Post deu destaque à política externa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, observando que as atitudes do Brasil recentemente frustraram o "otimismo" de nações Ocidentais que apostavam no País tornando-se porta-voz das "normas democráticas" ao redor do mundo.
O apelo aos valores nas relações internacionais é a justificativa dos Estados Unidos e seus aliados na Otan para impor o cerco a países como a Rússia, China e Irã. O Brasil não busca tornar-se aliado do Ocidente nesse quesito, uma vez que o País pauta-se no princípio da não-intervenção e quer construir boas relações com todos independentemente de preferências ideológicas.
"A vitória eleitoral de Lula no ano passado sobre Jair Bolsonaro, o ex-militar admirador da ditadura que se aliou ao presidente Donald Trump e à direita global, aumentou o otimismo de que o país mais populoso da América Latina poderia ser um parceiro na promoção de normas democráticas no Hemisfério Ocidental e além", diz a reportagem do Post.
"Mas, em vez disso, Lula está lembrando ao mundo sua abordagem da política externa - que, de acordo com seu primeiro mandato, prioriza o pragmatismo e o diálogo, e mostra pouca preocupação se antagoniza Washington ou o Ocidente".
A publicação cita o voto do Brasil no Conselho de Segurança da ONU pedindo investigações sobre o atentado terrorista contra os gasodutos russos Nord Stream, a visita oficial do presidente Lula à China e a recusa do País em aderir à declaração anti-Rússia da Cúpula da Democracia.